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Mais de 200 pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) em Melbourne, na Austrália, durante protesto contra medidas governamentais relativas à pandemia de Covid-19. O epicentro do tumulto foi o Santuário da Lembrança, memorial em homenagem aos australianos que serviram e morreram em guerras. Segundo relatos da imprensa local, os policiais recorreram a gás lacrimogêneo e disparos de armas não letais durante a ação.
O jornal Sydney Morning Herald informou que o santuário foi o ponto final de uma marcha com centenas de manifestantes. Eles ocuparam os degraus do memorial, entoaram protestos contra o primeiro-ministro do estado de Victoria, Daniel Andrews, cantaram o hino nacional, convocaram um minuto de silêncio em homenagem a pessoas que cometeram suicídio durante a pandemia de Covid-19 e se ajoelharam na frente dos policiais. Ainda de acordo com o jornal, a maioria dos manifestantes era pacífica, mas alguns atiraram objetos na polícia.
Os protestos, que chegaram nesta quarta-feira ao seu terceiro dia, estão relacionados a uma paralisação já de duas semanas na indústria de construção de Victoria, cujos trabalhadores resistem a uma exigência do governo de vacinação obrigatória contra a Covid-19 para que continuem a desempenhar suas funções nos canteiros de obras.
Nas manifestações, os sindicalistas ganharam o apoio de opositores a medidas de lockdown, pessoas que, em cartazes e gritos, se disseram defensoras da “liberdade” e/ou antivacinas.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que está nos Estados Unidos, criticou os protestos. “Nenhum de nós está acima da lei”, afirmou. A pedido da polícia de Victoria, a autoridade local de segurança da aviação civil impôs nesta quarta-feira uma restrição de cinco dias para voos acima do centro do Melbourne.