Os principais candidatos a presidente de Honduras encerram nesta segunda-feira suas campanhas para a eleição do próximo domingo, cuja legitimidade é questionada por diversos países por causa do golpe de Estado que depôs o presidente Manuel Zelaya.
Apontando "ameaças de todo tipo para criar medo e desânimo na população", o governo de facto decretou "estado de emergência", convocando mais de 5.000 reservistas do Exército e proibindo o porte de armas em todo o país até segunda ordem.
O oposicionista Porfírio "Pepe" Lobo, do conservador Partido Nacional, é o favorito na eleição. Ele encerra sua campanha com um comício num estádio de beisebol da capital.
As campanhas de Lobo e do seu principal rival, Elvin Santos, do Partido Liberal (o mesmo de Zelaya), transcorreram em clima de apatia por parte de um eleitorado cansado da crise política desencadeada pelo golpe. A crise prossegue enquanto o Congresso e a Corte Suprema decidem se Zelaya deve voltar ao poder para cumprir o resto do seu mandato.
Analistas preveem que a abstenção neste ano pode ser ainda maior que os 45 por cento de 2005, quando Zelaya derrotou Lobo.
No fim de semana passado o presidente deposto, refugiado há dois meses na embaixada brasileira, enviou carta aos presidentes latino-americanos pedindo apoio à sua restituição, depois de Colômbia e Panamá enviarem novamente seus embaixadores a Tegucigalpa, num sinal de relaxamento da posição inicial de rechaço dos respectivos governos ao golpe.
Na carta, Zelaya diz que "legitimar os golpes de Estado por meio de processos eleitorais espúrios divide e não contribui com a unidade das nações da América".
Os EUA consideram que a eleição é parte importante da solução da crise, mas não ficou claro se Washington reconhecerá o vencedor como o próximo presidente, já que inicialmente o governo Obama condenou o golpe e pediu a restituição de Zelaya.
O presidente de facto, Roberto Micheletti, deve se afastar do cargo de quarta-feira até 2 de dezembro para não influir no processo eleitoral.Além de Lobo e Santos, outros três candidatos disputam a Presidência, inclusive César Ham, do partido Unificação Democrática, de esquerda, próximo a Zelaya.
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