O último integrante do grupo de 3.200 trabalhadores que ficaram preso em uma mina de ouro na África do Sul foi resgatado nesta quinta-feira, 24 horas após o incidente. O operário deixou a entrada da mina de Elandsrand no começo da noite. Um cabo de eletricidade do principal elevador da mina havia sido danificado, impedindo que os mineiros deixassem o local.
- Estava muito quente e eu estou cansado, mas estou bem agora - disse Mandis Mandanga, de 57 anos, ao sair da mina.
Exausto e desidratado, Mandanga foi recebido por paramédicos e dezenas de pessoas que comemoravam o fim do drama. A ministra de Minas e Energia do país, Buyelwa Sonjica, estava entre os que dançaram e cantaram quando o último operário deixou a mina Elandsrand, que pertence à empresa Harmony Gold, nos arredores de Johanesburgo.
- Estou muito contente. Foi uma realização extraordinária salvar 3.200 pessoas - festejou Sonjica.
O drama começou na noite de quarta-feira após um cabo de eletricidade do principal elevador da mina ter se rompido, deixando os trabalhadores, incluindo 200 mulheres, sem meios para subir à superfície. Os mineiradores ficaram presos em um espaço apertado, a uma temperatura que chegava a 40 graus centígrados.
O acidente levou o governo a exigir que a Harmony Gold, quinta maior mineradora de ouro do mundo, encerre as atividades na mina por seis semanas. As minas da África do Sul são as mais profundas do mundo e os sindicatos vêm criticando as empresas por não ter padrões suficientes para garantir a segurança dos trabalhadores.
A produção de ouro na África do Sul, a maior do mundo, caiu em mais de 50% na última década, depois que minas de alto valor ficaram sem minério e as empresas tiveram que lidar com mais dificuldades e custos maiores em operações subterrâneas.
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