Um forte terremoto de 6,8 graus na escala Richter atingiu nesta segunda-feira a costa noroeste do Japão, provocando sete mortes e deixando mais de 800 pessoas feridas. Horas depois, o país foi golpeado novamente por um sismo de intensidade semelhante, informou a agência geológica dos EUA (USGS, na sigla em inglês). A região entre Niigata e Nagano registrou, no total, 67 abalos secundários, de acordo com a emissora NHK. O primeiro abalo provocou vazamento de água contendo materiais radioativos na usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo. De acordo com a empresa que administra a usina, 1,5 litro de água com materiais radioativos vazou de uma de suas unidades.
O Japão é o país mais vulnerável a terremotos e, por causa disto, investe pesadamente em tecnologia para evitar danos significativos em suas estruturas. Grande parte dos edifícios do país possui estrutura arquitetônica modelada para suportar abalos sísmicos. Por outro lado, o Japão é uma das nações que mais investem em energia nuclear.
O primeiro terremoto, com epicentro a 17 quilômetros de profundidade, atingiu a costa noroeste do Japão às 10h13m desta segunda-feira (22h13m de domingo em Brasília). O tremor derrubou vários prédios.
O terremoto, que pôde ser sentido em Tóquio, foi seguido por outro tremor de menor magnitude, de 4,2 graus na escala Ritcher, às 10h34m (22h34m de domingo em Brasília).
- Primeiro houve um tremor vertical e depois um horizontal que durou muito tempo. Não conseguia levantar. Estantes altas caíram, as coisas voavam - disse Harumi Mikami, de 55 anos, um professor de uma escola na cidade de Kashiwazaki, próxima do epicentro do terremoto, em Niigata.
A usina que registrou o vazamento tem capacidade para produzir energia para cerca de 16 milhões de residências - todo o Japão possui 47 milhões. Kashiwazaki-Kariwa, que é administrada pela Tokyo Electric Power Company, só perde em capacidade de geração de energia para as três maiores hidrelétricas do planeta, entre elas Itaipu.
Alerta de tsunami
A agência meteorológica do Japão chegou a emitir um alerta de tsunami para a Ilha Sado, na costa da província de Niigata, mas suspendeu o aviso uma hora depois.
O terremoto impediu o fornecimento de gás para 35 mil residências e interrompeu o forneciemento de água em toda a cidade de Kashiwazaki, que tem uma população de 95 mil pessoas. Cerca de 25 mil casa em Niigata também ficaram sem eletricidade, disseram autoridades locais.
Muitas casas, algumas delas de madeira, desmoronaram. - minha casa esta totalmente destruída. Minha maior preocupação é aonde vou morar agora - desabafou Mikami.
O tremor também alterou os serviços de transporte na região, com cortes de energia para o trem-bala japonês, Shinkansen, e o fechamento temporário do aeroporto provincial para que os técnicos verificassem a existência de danos na pista de aterrissagem, embora os serviços já funcionem normalmente, segundo a "Kyodo".
Niigata foi atingida em outubro de 2004 por um terremoto de mesma intensidade, que provocou a morte de 65 pessoas e deixou mais de 3 mil feridos.
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