Terremoto deve diminuir importações de soja e milho dos EUA

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A demanda japonesa por milho norte-americano pode cair entre 3 e 7 por cento e a demanda por soja pode afundar 8 por cento, após o terremoto e a tsunami da semana passada terem afetado ou destruído portos, processadoras de ração e instalações de processamento de carne, disse um analista de commodities norte-americano nesta segunda-feira.

As importações de milho pelo maior comprador do produto norte-americano podem cair em 500 mil toneladas, para 1 milhão de toneladas, enquanto as importações de soja pelo Japão, terceiro maior comprador da soja dos EUA, podem diminuir em 250 mil toneladas, segundo Dan Basse, analista da AgResource Co.

Há expectativa de que as importações de trigo permaneçam estáveis, já que a maior parte do trigo que o país compra é para moagem, e não para ração animal.

O Japão importa cerca de 15 milhões de toneladas de milho e perto de 3 milhões de toneladas de soja e 3 milhões de toneladas de trigo todo ano, segundo dados do Departamento de Agricultura norte-americano.

Nenhum embarque de grãos foi cancelado ou desviado para outras destinações por enquanto, mas algumas navios destinados ao norte do Japão, região mais afetada pelo terremoto, devem ser desviados para outros portos japoneses, de acordo com Basse.

O impacto do desastre sobre a demanda de grãos do Japão é difícil de ser calculado, pois as informações ainda estão vindo sobre a extensão do estrago sob os rebanhos e a infraestrutura de cultura aquática.

"Haverá certa paralisação aqui por algumas semanas", disse Basse.

"Estou ouvindo falar que o gado não foi muito afetado. Mas o que faremos com eles agora? Como conseguiremos alimentá-los? Como levaremos eles ao mercado? Como manter as carnes bovinas ou suínas resfriadas, ou o que quer que seja produzido? Essas são as verdadeiras questões que vão determinar a demanda por grãos."

Cerca de 17 por cento das fábricas que produzem ração animal estão no norte do Japão, e muitas foram severamente prejudicadas pelo terremoto, disseram fontes da indústria de ração animal no Japão nesta segunda-feira.