A série de fortes terremotos que atingiu nesta segunda-feira (06) a área fronteiriça entre Turquia e Síria, incluindo um terremoto de 7,8 graus de magnitude, provocou mais de 3 mil mortes e mais de 15,5 mil feridos nos dois países. O tremor foi o maior registrado no país europeu neste século e pode ser sentido em outras nações como Chipre, Iraque e Líbano.
O fenômeno foi registrado na região central da Turquia, principalmente no município de Diyarbakir, e segundo pronunciamento do presidente Tayyip Erdogan provocou 1.760 mortes, 12.068 feridos e 3.700 edifícios tombados. Já o tremor na região noroeste da Síria, em cidades como Alepo, causou 1.050 óbitos e 2.903 feridos.
Mais de 2,4 mil pessoas foram resgatadas dos escombros na Turquia até o momento. As forças de segurança seguem trabalhando no resgate de pessoas soterradas e há relatos de pedidos de socorro por baixo dos entulhos. Mas as baixas temperaturas e nevascas, bem como o terreno montanhoso da região atrapalham esse trabalho.
Para auxiliar nas buscas, a Organização das Nações Unidas (ONU) enviou equipes de resgate para auxiliar as forças de segurança dos dois países. O Cazaquistão também irá enviar profissionais médicos e de socorro para a Turquia, enquanto a Rússia fará a mesma ação com a Síria.
Entre os edifícios derrubados está o Castelo de Gaziantep. Construído pelo Império Romano há 1,7 mil anos, a edificação não suportou o terremoto cujo epicentro foi a cidade de Sofalici, na mesma província da fortificação, segundo o observatório sísmico de Kandilli.
Mas o serviço turco de emergências Afad aponta que o epicentro foi na cidade de Pazarcik, na província de Kahramanmaras. O Afad ainda aponta que a magnitude do terremoto foi de 7,7 graus e não 7,8, como declarado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Um segundo terremoto foi registado na região sudeste da Turquia, tendo epicentro na cidade de Elbistan, na província turca de Kahramanmaras. O tremor teve magnitude de 7,6 graus.
Lira turca registra recorde negativo
Além das perdas civis, a economia da Turquia também já demonstra sinais de colapso. A moeda do país - lira turca, apresentou recorde negativo ao cair 18,85% na manhã desta segunda-feira
O principal indicador da Turquia apresentou queda de 4,6%, enquanto diversos bancos do país viram suas ações despencarem 5%.
Outro impacto do terremoto será na realização de eventos esportivos no país. O ministro dos Esportes, Mehmet Kasapoglu, declarou que todas as competições esportivas na Turquia estão paralisadas até segunda ordem. Dessa forma, eventos como a Superliga Turca de Futebol estão suspensos.
Ambos os países ainda anunciaram a suspensão por uma semana das escolas e outras instituições de ensino das localidades afetadas pelo terremoto. As autoridades turcas também relataram que a paralisação escolar nas províncias de Kahramanmaras, Hatay, Adiyaman e Malatya será de duas semanas.
Autoridades prestam condolência para Síria e Turquia
Autoridades mundiais como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente russo, Vladimir Putin, e o Papa Francisco manifestaram condolências e apoio ao povo sírio e turco após os danos provocados pelo terremoto.
"Estou profundamente entristecido pela perda de vidas e pela devastação causada pelo terremoto na Turquia e Síria. Ordenei à minha equipe que continue monitorando de perto da situação, em coordenação com a Turquia e garanta toda a assistência necessária", escreveu Biden nas redes sociais.
O presidente norte-americano ainda solicitou a gência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, pela sigla em inglês) e outros parceiros do país que encontrem meios para auxiliar os países.
"Durante uma conversa telefônica com o presidente sírio, Bashar al Assad, Vladimir Putin expressou suas sinceras condolências pelo terremoto que atingiu o norte da Síria e levou a numerosas perdas humanas, e ofereceu a ajuda necessária para atenuar as consequências do desastre", informou o Kremlin em nota.
"Sua Santidade recebeu com profunda tristeza a enorme perda de vidas causadas pelo terremoto" e envia sua proximidade espiritual a todos os afetados", pontua telegrama enviado pelo papa e enviados aos núncios apostólicos dos dois países.
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