Um terremoto de 6,4 graus na escala Richter na província de Baluquistão, no Sudeste do Paquistão, deixou ao menos 175 mortos e mais de 300 feridos. O tremor foi sentido a 60 quilômetros de Quetta, capital da província, às 4h09m desta quarta-feira (19h09m de terça-feira no horário de Brasília). O epicentro foi registrado perto do vale de Ziarat, um dos principais pontos turísticos da região. Horas depois, a região foi abalada por tremor secundário de 6,2 graus.
O Baluquistão, que faz fronteira com o Afeganistão, é a maior província do Paquistão, mas uma das que têm menos densidade populacional. O administrador-chefe do distrito de Ziarat, Dilawar Khan, disse que 170 pessoas morreram no local e que mais 350 ficaram feridas. Cerca de 1.500 casas foram cobertas de lama.
"A operação de resgate acabou. Retiramos todos os corpos e todos os feridos. Agora, o problema é atender as vítimas. Faltam barracas, cobertores e comida, enquanto o tempo está ficando frio", disse Khan.
Ruas ficaram bloqueadas pelos destroços. O Exército paquistanês enviou para a região dois helicópteros e está participando das tarefas de resgate nos povoados de Warchun e Kawas, os mais afetados pelo terremoto, segundo informou um comunicado.
Regiões da província - a maior do país - ainda estão isoladas
Equipes de resgate ainda tentam chegar às áreas mais remotas da província, que tem cerca de 50 mil habitantes. Segundo as autoridades, ainda pode haver pessoas soterradas. Muitos ficaram feridos na tentativa de sair de casa com medo de desabamentos.
"Estávamos dormindo quando o tremor sacudiu tudo. Nós pegamos as crianças e corremos para fora. A terra continuou a tremer por mais de um minuto", disse Habibullah, morador da região de Pishin.
O governo regional ordenou a mobilização de todos os recursos disponíveis para retirar e ajudar os desabrigados, que podem chegar a 12 mil. A região tem as maiores reservas de gás natural do país, mas não há relatos de danos nas instalações de gás.
Terremotos são comuns no Paquistão e outros países do sul da Ásia. A região tem intensa atividade sísmica por causa da movimentação da placa tectônica indiana. Outros desastres já mataram milhares de paquistanees. Em outubro de 2005, cerca de 73 mil pessoas morreram após um terremoto de 7,6 graus. Há registros também de um terremoto em 1935 em Quetta que matou ao menos 30 mil pessoas.
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