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Interior de mesquita xiita na Cidade do Kuwait após atentado suicida: homem-bomba invadiu o local e matou 27 pessoas, em um dos dois ataques assumidos pelo grupo radical Estado Islâmico ontem. | Raed Outena / EFE
Interior de mesquita xiita na Cidade do Kuwait após atentado suicida: homem-bomba invadiu o local e matou 27 pessoas, em um dos dois ataques assumidos pelo grupo radical Estado Islâmico ontem.| Foto: Raed Outena / EFE

Na segunda sexta-feira do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, três ataques terroristas, em três países de três continentes, deixaram 67 mortos e mais de 200 feridos. Os atentados Sousse, na Tunísia, onde 39 pessoas, a maioria de turistas, foi assassinada; na Cidade do Kuwait, onde 27 morreram em uma explosão em uma mesquita; e em Lyon, na França, onde uma pessoa foi decapitada, foram realizados na mesma semana em que o grupo radical Estado Islâmico (EI) convocou os muçulmanos de todo o mundo ao “martírio” durante o Ramadã.

Mulher suspeita de ligação com atentado foi presa na França.Emmaneul Foudrot / Reuters

No início da tarde (horário do Brasil), o EI assumiu a autoria do ataque à mesquita xiita Iman al Sadeq, no Kuwait. O grupo já havia atacado uma mesquita na Arábia Saudita, no dia 22 de maio, deixando 21 mortos. No início da noite, o grupo também assumiu a autoria do atentado na Tunísia.

Temendo novos ataques, os Estados Unidos e países europeus anunciaram alerta máximo (leia abaixo). Nos EUA, o temor é pelas comemorações de 4 de julho.

Terror na praia

Na Tunísia, um homem disfarçado de turista abriu fogo no hotel Imperial Marhaba, na cidade litorânea de Sousse, a 140 km da capital Túnis, matando 39 pessoas, entre elas turistas britânicos, alemães e belgas que estavam na piscina e na praia.

Corpos em praia na Tunísia: atirador se passou por turista.Reuters

Turistas aterrorizados correram em busca de refúgio depois do início dos tiros e de uma explosão. A polícia matou o autor do atentado a tiros. Foi o segundo grande atentado na Tunísia neste ano: em 18 de março, homens armados mataram 22 pessoas no Museu Nacional do Bardo, em Túnis, a maioria turistas europeus.

O atirador de Sousse portava um fuzil Kalashnikov e, segundo funcionários do hotel, usava shorts, como se fosse um turista. Autoridades disseram que ele era estudante e não integrava nenhuma lista de suspeitos. O atirador ainda lançou um explosivo e outra bomba foi encontrada em seu corpo.

Terror na mesquita

Crime bárbaro

A decapitação de uma pessoa revoltou a França ontem. A vítima foi morta por Yassin Sahli, para quem havia dado emprego em uma transportadora de gás. “Desde a guerra da Argélia (1954-1962) a França não sofria algo tão bárbaro, em tal grau”, avaliou o sociólogo Michel Wieviorka, autor de várias obras sobre terrorismo.

No Kuwait, um homem-bomba matou 27 pessoas ao se explodir dentro de uma mesquita lotada durante as orações de sexta-feira. Foi o primeiro ataque do tipo no país. O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado, que também feriu 227 pessoas.

As forças de segurança isolaram o perímetro da mesquita enquanto equipes de resgate levavam os feridos ao hospital. O EI disse que o suicida se chamava Abu Suleiman al-Muwahed e que atacou o “templo dos refutadores” – termo usado pelo grupo para os xiitas, que vê como hereges.

Terror na usina

Na França, perto da cidade de Lyon, um homem invadiu uma usina de gás industrial e decapitou seu próprio chefe, de 54 anos. Yassin Sahli, 35 anos, chegou ao local em uma van com bandeiras com inscrições em árabe e bateu em botijões de gás, o que provocou uma explosão. Sahli foi preso quando tentava abrir latas com produtos químicos inflamáveis. A polícia encontrou a cabeça da vítima, o gerente de uma empresa de transporte, balançando em uma cerca. O corpo da vítima tinha inscrições em árabe. Quatro pessoas foram presas.

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