Terror na Noruega

Os ataques

Noruegueses vivem dia de terror com atentado à bomba e tiroteio.

Explosão

- Bomba explode por volta das 15h20 (10h20 em Brasília), atingindo prédios do governo norueguês - incluindo escritório do primeiro-ministro; pelo menos sete são mortos.

Tiroteio

- Um homem vestido de policial abre fogo na ilha de Utoya, a 40 km de Oslo, local de encontro político do Partido Trabalhista (do qual o premiê faz parte); ao menos 80 morreram.

Premiê

- O primeiro-ministro Jens Stoltenberg fala ao canal TV2 e diz passar bem; ele foi alertado pela polícia para não informar sua localização.

Exército

- Soldados se deslocam para o centro da cidade; população é alertada para evitar a região.

Jihad

- O grupo Ansar al Jihad al Alami emite comunicado reivindicando os ataques, diz o New York Times; o motivo apontado é a presença norueguesa no Afeganistão,nas tropas da Otan.

Brasil

- A Embaixada do Brasil em Oslo pede que brasileiros, no caso de necessidade, liguem para o telefone de emergência +47 93 45 00 92.

Fonte: Folhapress

Investigação

Rede terrorista nega autoria dos atentados

Ainda não se sabe quem está por trás dos ataques que mataram pelo menos 16 na Noruega, mas a polícia não acredita que os ataques estejam relacionados com terrorismo internacional.

Inicialmente, o grupo jihadista Ansar al-Yihad al-Alami emitiu um comunicado reivindicando os ataques, segundo informou o jornal The New York Times citando um especialista em terrorismo.

Posteriormente, o mesmo especialista, Will McCants – que trabalha na Universidade Johns Hopkins –, explicou em seu blog que o grupo havia se retratado. O jornal norueguês Nationen disse os ataques devem estar relacionados com um problema interno relacionado com o sistema político local.

Os atentados deixaram os especialistas em terrorismo surpresos, e com mais perguntas que respostas. A única certeza entre eles é que a Noruega acabou sendo um alvo mais fácil justamente por ser considerada um alvo improvável.

"Países como Espanha, Reino Unido e França já vivem em vigilância pela história de lidar com grupos internos, como o ETA e o IRA. Além disso, Madri e Londres sofreram ataques da Al-Qaeda. Mas quase ninguém pensava na possibilidade de um atentado na Noruega. A segurança lá sempre foi muito menor que nesses outros países", afirmou Paul Roger, professor da Bradford University especializado em radicalismo e violência política, em entrevista à BBC.

Ainda não se sabe quem são os autores do atentado, e o professor apontou três possibilidades: um grupo ligado à Al-Qaeda, devido às ações da Noruega no Afeganistão e por causa de um jornal local ter publicado as famosas charges com o profeta Maomé; um grupo interno, talvez anarquistas ou de extrema direita, que discorda do atual governo; um grupo líbio, por o país participar da ação da Otan para derrubar Muammar Gaddafi.

Johnatan Paris, do Centro de Estudos sobre Radicalismo do King’s College, disse que também ficou surpreso. Mas insistiu que ainda é cedo para especular quem seriam os responsáveis. Segundo ele, a prisão de um homem com aparência nórdica (louro, de olhos azuis), como suspeito dos atentados, não pode ser considerada um indício de que os ataques tenham sido feitos por um grupo local.

Suspeito

Um homem de 32 anos suspeito de envolvimento nos atentados foi detido, mas a polícia disse que aparentemente ele não tem vínculos com extremistas islâmicos. A fonte policial afirmou que os ataques de hoje têm mais em comum com o atentado de 1995 contra um edifício do governo norte-americano em Oklahoma em 1995 do que com os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, sugerindo que as autoridades norueguesas encontraram mais indícios de uma ação extremista interna do que de uma ameaça vinda do exterior.

Segundo a fonte, o suspeito aparentemente agiu sozinho e "parece não ter nenhuma espécie de vínculo com organizações terroristas internacionais". (Folhapress)