Um homem-bomba palestino matou cinco pessoas em um mercado lotado da cidade israelense de Hadera nesta quarta-feira, no primeiro ataque do tipo desde a retirada dos colonos judeus de Gaza, no mês passado. E em um episódio separado e ainda não totalmente esclarecido, uma explosão em um prédio de Tel-Aviv deixou três mortos.

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A Jihad Islâmica assumiu a autoria do ataque em Hadera, afirmando que se tratava de uma retaliação pelo assassinato de um importante comandante palestinos na Cisjordânia na segunda-feira.

- Foi um caos, havia corpos e sangue no chão, gente correndo para todo lado - disse Eduard Khanukai, 49, dono de uma casa de câmbio.

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A explosão foi tão forte que bancas de frutas, legumes e verduras foram lançadas sobre os mortos e feridos.

A situação em torno da Faixa de Gaza deteriorou-se rapidamente. No dia 12 de setembro, Israel retirou seus colonos do território costeiro depois de 38 anos de ocupação. Mas, na manhã desta quarta-feira, aviões israelenses e a artilharia alvejaram o norte de Gaza, em resposta ataque de extremistas palestinos contra o sul de Israel. Não houve vítimas.

Horas depois houve a explosão em Hadera, em frente a uma banca de sanduíches. Durante o levanta palestino a cidade foi alvo freqüente de ataques desse tipo. Médicos afirmaram que cinco pessoas morreram e 30 ficaram feridas.

Foi o primeiro ataque a bomba dentro de Israel desde 28 de agosto, quando um suicida feriu 20 pessoas em Beersheba.

As autoridades israelenses ressaltaram que o ataque de Hadera aconteceu depois da divulgação de declarações do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que Israel deveria "ser varrido do mapa".

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- O que torna essas pessoas perigosas é que sua linguagem violenta se transforma em atitudes violentas - disse Mark Regev, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou o ataque e prometeu salvar a trégua tácita que está em vigor desde fevereiro.

- Isso fere o interesse do povo palestino e leva à expansão do ciclo da violência - disse ele numa nota.

As conseqüências do ataque foram sentidas depressa. Israel, que havia suspendido as negociações sobre segurança depois da morte de três colonos judeus numa emboscada, na semana passada, cancelou uma reunião entre os ministros dos Transportes israelense e palestino.

A Jihad Islâmica, que trabalha declaradamente pela destruição de Israel, já havia jurado vingança pela morte do comandante Loai Assadi por soldados israelenses. Assadi foi o militante mais importante a ser morto desde o início da trégua.

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Khader Habib, líder da Jihad Islâmica em Gaza, chamou o ataque de Hadera de "uma reação natural aos crimes da ocupação". A Jihad Islâmica já matou 10 israelenses em dois outros ataques a bomba desde o início do cessar-fogo informal.

Os ataques com foguetes contra o território israelense na manhã de quarta-feira foram assumidos pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, que faz parte do movimento Fatah, do governo palestino.

Sobre a explosão em Tel-Aviv, a polícia israelense disse suspeitar que ela teria sido causada por uma bomba envolvendo criminosos.

- Nossa primeira impressão é que isso foi causado por uma bomba - disse Motti Cohen, chefe da polícia local. - Resíduos encontrados apontam mais para um incidente criminoso do que para terrorismo.

Fontes de segurança haviam afirmado anteriormente que a explosão no terceiro andar de um prédio de quatro pisos no distrito do porto de Jaffa teria sido provocada por um vazamento de gás. Mas a polícia disse mais tarde que foi causada por explosivos.

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O serviço de resgate Zaka, de Israel, disse que três pessoas morreram na explosão, e um serviço de ambulância informou que houve cinco feridos.

Mais cedo na quarta-feira, aviões e artilharia israelense bombardearam uma região no norte de Gaza em resposta a disparos de foguetes palestinos contra a cidade de Sderot, no sul do país.