Delegações de 53 países, que incluirão os chefes de governo dos EUA, da China e do Japão, iniciam nesta segunda-feira um encontro de cúpula de dois dias em Haia, na Holanda, sobre segurança nuclear. Embora o tema oficial da reunião seja a questão do terrorismo nuclear, a crise na Ucrânia deverá estar no centro das discussões. Os chefes de governo dos países do G-7 deverão fazer um encontro separado à margem da cúpula.
"Acho que essas cúpulas multilaterais são uma oportunidade excelente para os líderes mundiais discutirem bilateralmente e também para grupos menores de países debaterem questões que estão no topo de suas agendas", disse o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não vai comparecer; seu país será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, que deverá se reunir com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry.
Este será o terceiro encontro de cúpula sobre segurança nuclear; a série foi lançada em 2009 pelo presidente dos EUA, Barack Obama. Desde o primeiro encontro, em 2010, o número de países com estoques de urânio enriquecido ou plutônio suficientes para produzir uma bomba atômica se reduziu de 39 para 25, disse Piet de Klerk, o diplomata holandês que presidiu as conversações preparatórias para a cúpula.
Rutte disse a jornalistas que 146 "incidentes nucleares" foram relatados em 2013 à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA); embora a maioria desses casos tenha se limitado à perda temporária de material radiativo, "a possibilidade de um incidente sério continua a pesar sobre nós", afirmou o primeiro-ministro.
Do ponto de vista da proliferação nuclear, a Ucrânia é um exemplo positivo. Depois da dissolução da União Soviética, em 1991, a Ucrânia ficou com boa parte do arsenal nuclear daquele país, menor apenas do que o da Rússia. Entre 1994 e 1996, a Ucrânia entregou todo o arsenal atômico à Rússia, que passou a desmantelar as armas gradualmente, para cumprir acordos feitos com os EUA.
Há poucos meses, antes da derrubada do presidente Viktor Yanukovich por um movimento armado apoiado pelos EUA e seus aliados, a Ucrânia se desfez de seu estoque remanescente de 80 quilos de urânio enriquecido. A incerteza cresceu depois da formação do novo governo; o deputado Oleh Tyahnybok, líder do partido de extrema direita Svoboda e considerado favorito para as próximas eleições presidenciais, disse depois do golpe que "a Ucrânia voltará a ser uma potência nuclear". Fonte: Associated Press.
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