Dois dias após os atentados que deixaram 39 pessoas mortas no metrô de Moscou, a Rússia voltou a ser palco de ataques terroristas. Ontem, 12 pessoas morreram em explosões de carros-bomba na instável região do Daguestão, no norte do Cáucaso, Rússia. Outras 23 pessoas ficaram feridas.
A primeira explosão ocorreu quando um carro da polícia deixava o prédio local do Ministério do Interior e da Agência de Segurança FSB, antiga KGB (serviço secreto da ex-União Soviética), na cidade de Kizlyar, no Daguestão. Vinte minutos depois, um suicida vestido com uniforme policial se explodiu perto do primeiro ataque, enquanto investigadores e a polícia examinavam a cena do atentado anterior, informou o comunicado.
Mais tarde, o ministro do Interior do Daguestão, Rashid Nurgaliyev, disse que um homem-bomba suicida que guiava um automóvel detonou os explosivos quando a polícia tentou parar o carro. A cidade de Kizlyar fica próxima à fronteira da Chechênia. Nurgaliyev disse que o chefe da polícia local foi morto no segundo ataque, o executado pelo homem-bomba vestido de policial.
Autoridades russas vincularam o duplo atentado da segunda-feira a militantes do norte do Cáucaso.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, afirmou após os mais recentes atentados que os militantes não conseguirão "disseminar o medo e o pânico" no país, segundo agências locais de notícias.
Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que os ataques em Moscou e no Daguestão podem ter sido obra "dos mesmos bandidos".
Um relatório do Centro Internacional de Estudos e Estratégias relata que 916 pessoas foram mortas no Cáucaso russo em episódios violentos em 2009, enquanto em 2008 um total de 586 pessoas perderam suas vidas pela violência na região. Outro grupo que monitora a região, o Caucasian Knot, reportou que aconteceram 172 ataques terroristas no ano passado, que mataram 280 pessoas na Chechênia, 319 na Ingushetia e 263 no Daguestão.