Um terrorista suicida explodiu ontem o prédio da ONU em Abuja, capital da Nigéria, e matou pelo menos 18 pessoas. Dirigindo um Honda, ele passou por dois portões com seguranças na entrada do complexo e parou o carro na entrada.
Pelo menos 50 pessoas foram levadas ao Hospital Nacional, próximo ao local do crime. Médicos fizeram um apelo para que a população doe sangue.
A sede da ONU em Abuja agrupa 26 agências que operam na Nigéria, como Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud) e Organização Mundial da Saúde (OMS), e conta com 400 funcionários.
Não se sabe ainda quantas pessoas estavam no local na hora do ataque. O prédio tem cinco andares e fica próximo à embaixada dos EUA. A explosão ocorreu por volta das 11 h locais (6h30 no Brasil) e causou um enorme buraco dentro do imóvel.
Autoria
O grupo extremista Boko Haram assumiu a autoria do atentado. Na tradução em hausa, significa "educação ocidental é pecaminosa".
O grupo defende a imposição da sharia, a lei islâmica, no norte do país, que tem maioria muçulmana. No sul, a maioria é cristã.
Em 2009, o grupo fez um ataque e matou cerca de 800 pessoas em duas cidades no nordeste do país durante cinco dias. Em resposta, os militares nigerianos montaram uma operação para acabar com a facção, capturaram e mataram o líder, além de centenas de militantes. Os extremistas voltaram a fazer atentados em 2010, matando policiais, políticos e líderes religiosos.
As autoridades nigerianas temem que o grupo e a Al-Qaeda no Magreb Islâmico, braço da rede terrorista no norte da África, estejam juntando forças para operar.
Os governos de Brasil, EUA, Argentina, México, além da Nigéria e do líder da União Europeia, condenaram o atentado. O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, disse que "foi um ataque àquelas pessoas que passam a vida ajudando os outros". Sua vice, Asha-Rose Migiro, e o chefe da segurança, Gregory Starr, vão conduzir as investigações no país.
Em 19 de agosto de 2003 um atentado contra a ONU deixou 23 mortos em Bagdad, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que estava no país como representante do secretário-geral da entidade.