Uma grande operação antiterrorismo lançada nesta quarta-feira (18) neutralizou uma célula terrorista que “planejava novos ataques” e estava pronta para agir, afirmou o procurador de Paris, François Molins.
A operação em Saint-Denis, ao norte de Paris, esteve relacionada com os ataques terroristas lançados na sexta-feira (13) contra a casa de shows Bataclan, o Stade de France, restaurantes e bares.
A operação acabou após um cerco de sete horas e com um total de dois mortos, incluindo uma mulher-bomba que se suicidou, e com a prisão de outros sete suspeitos.
De acordo com Molins, os responsáveis pelos ataques em Paris chegaram à França em três carros vindos da Bélgica em 12 de novembro.
A operação
Policiais e soldados fortemente armados tomaram as ruas de Saint Denis, escolas e lojas foram fechadas e moradores do centro do distrito foram ordenados a ficar em casa.
Fontes policiais e da Justiça disseram que o alvo da operação era o militante islâmico Abdelhamid Abaaoud, suspeito de ser o mentor dos ataques que deixaram 129 mortos na capital francesa.
Investigadores franceses não puderam ainda identificar os mortos na operação e Abaaoud não foi preso na ação, disse Molins.
Susto
Moradores falaram sobre medo e pânico quando os tiros começaram pouco antes das 4h30 da manhã (horário local).
“Vimos balas voando e miras a laser pela janela. Houve explosões. Você podia sentir o prédio inteiro tremer”, disse Sabrine, moradora de um apartamento em um andar abaixo de onde pelo menos um suposto atirador estava escondido.
Ela disse à rádio Europe 1 que ouviu as pessoas no apartamento conversando, correndo e carregando armas.
A operação ocorreu próxima ao estádio Stade de France, um dos alvos dos ataques de 13 de novembro.
Os ataques coordenados a tiros e bombas mataram 129 pessoas, na pior atrocidade na França desde a Segunda Guerra Mundial. Investigadores relacionaram os ataques a uma célula militante na Bélgica, que possuía contato com o Estado Islâmico na Síria.
O grupo reivindicou responsabilidade pelas mortes, dizendo que foi uma retaliação pelas operações aéreas francesas na Síria e Iraque ao longo do último ano.
A França pediu por uma aliança global para derrotar os radicais e realizou três grandes ataques aéreos em Raqqa, capital de facto do Estado Islâmico na Síria.