Integrantes do grupo terrorista Estado Islâmico invadiram a aldeia de Naquitengue, localizada em uma província de Moçambique, onde assassinaram onze cristãos.
As informações foram divulgadas pela fundação Ajuda à Igreja que Sofre, organização ligada à Igreja Católica que presta suporte aos fiéis perseguidos ao redor do mundo, após um missionário local entrar em contato.
Segundo o portal Christian Post, os terroristas teriam chegado à comunidade no início da tarde da última sexta-feira (22), ocasião na qual reuniram a população. Eles separaram os cristãos dos muçulmanos, com base nos nomes e na etnia, antes de assassinarem a tiros os residentes da aldeia que eram adeptos do cristianismo.
Por meio de um comunicado, o grupo confirmou a autoria do ataque, afirmando sua lealdade ao Estado Islâmico. De acordo com o portal, a área está sob ataque de extremistas islâmicos desde 2017.
“Eles abriram fogo contra os cristãos, crivando-os de balas”, disse o missionário católico que atua na região, Frei Boaventura.
Segundo o líder religioso, o método de separar adeptos do cristianismo e muçulmanos antes de realizar o ataque não é novo. Os episódios violentos geraram “tensão e insegurança” no momento em que “muitas pessoas começavam a regressar às suas comunidades”, disse ele.
As províncias de Cabo Delgado e Niassa são algumas das mais afetadas pela violência e perseguição religiosa em Moçambique, que integra a Lista Mundial de Perseguição 2023.
De acordo com dados divulgados pela fundação, o deslocamento interno no país africano já atingiu cerca de 1 milhão de pessoas. Os relatórios mais recentes apontam que mais de 800 mil pessoas nestas províncias moçambicanas continuam fora de suas casas.
Em 2021, os EUA classificaram o grupo associado ao Estado Islâmico em Moçambique como “terroristas globais especialmente designados”. O ISIS-Moçambique também é conhecido no país como Ansar al-Sunna e, em algumas regiões, como al-Shabaab.
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