A organização Ansar al Sharia (seguidores da lei islâmica), vinculada à Al Qaeda na Península Arábica, reivindicou nesta sexta-feira (10) o atentado suicida contra uma manifestação do movimento xiita dos houthis realizado na quinta-feira em Sana, capital do Iêmen.
Em comunicado divulgado em sua conta oficial do Twitter, o grupo radical afirma que um de seus "mártires", identificado como Abu Muauiya al Samani, realizou o atentado com um cinto de explosivos contra os "infiéis" houthis, o que deixou pelo menos 53 mortos.
Os xiitas convocaram uma manifestação em resposta ao apelo feito por seu líder, Abdelmalek al Huti, contra a decisão do presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, de nomear um novo primeiro-ministro sem contar com o respaldo dos representantes do movimento houthi.
O movimento rebelde informou hoje em outra nota que o número de feridos é de 130 pessoas, e especificou que mais de 20 estão em estado grave.
Trata-se do maior ataque cometido na capital iemenita desde o dia 21 de maio de 2012, quando um atentado da Al Qaeda contra militares causou uma centena de mortos.
A Al Qaeda realizou ataques nas últimas semanas contra os xiitas e o Exército, ao quais acusa de simpatizar com os houthis.
Por sua vez, os houthis protagonizaram protestos populares e confrontos armados com as forças de segurança desde agosto passado, e inclusive chegaram a tomar o controle de grande parte de Sana e de vários prédios governamentais para exigir uma maior presença no novo governo.