O grupo terrorista Jemaah Islamiyah, responsável por vários atentados no Sudeste Asiático, elaborou um ataque com explosivos contra a caravana do papa Francisco durante sua visita a Manila no mês passado, revelou nesta segunda-feira (9) o diretor da polícia das Filipinas.
"Recebemos informações de que o Jemaah Islamiyah, em coordenação com Marwan (como é conhecido o terrorista malaio Zulkifli Abd Hir), planejou detonar uma bomba contra o comboio papal em Manila em 18 de janeiro de 2015. Isso nunca foi confirmado ou desmentido pela Polícia Nacional das Filipinas, mas o fato é que a informação existiu", detalhou perante o Senado o diretor da polícia Getulio Napeñas, ex-chefe da Força de Ação Especial, de acordo como jornal local "Inquirer".
O artefato fabricado por Marwan deveria ser colocado em uma rua de Kalaw, por onde passaria a caravana papal a caminho do parque Rizal, na parte antiga de Manila, onde foi celebrada uma missa com a participação de quase sete milhões de pessoas.
O assessor nacional de segurança da presidência das Filipinas, Cessar Garcia, explicou à imprensa por conta da falta de confirmação e de relatórios específicos, eles classificaram a ameaça como pequena, noticiou a rede de televisão "ABS-CBN". O pontífice visitou as Filipinas entre 15 e 19 de janeiro, sem percalços e foi acompanhado por milhões de fiéis filipinos.
As declarações de Napeñas surgem durante a investigação realizada no Senado sobre a morte de 44 membros da Força de Ação Espacial em uma operação na ilha de Mindanao para prender Marwan em 25 de janeiro. No começo deste mês, o FBI confirmou que Marwan morreu durante esta polêmica operação de janeiro.
As autoridades filipinas deram Marwan como morto em 2012, durante outra ação policial no sul do país onde o terrorista se escondia desde 2003. Marwan era considerado um dos terroristas mais perigosos do Sudeste Asiático, e as autoridades ofereciam US$ 5 milhões por sua captura. Ele comandava o grupo Kumpulun Mujahidin Malaysia (KMM), vinculado ao Jemaah Islamiyah.
O Jemaah Islamiyah é considerado braço da Al-Qaeda no Sudeste Asiático e realizou alguns dos atentados mais sangrentos na região, como o que matou 202 pessoas, a maioria turista, em Bali em outubro de 2002.
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