O maior colisor de partículas do mundo concluiu com sucesso nesta quarta-feira (10) seu primeiro importante teste. Expectativa da comunidade científica é de que o equipamento ajude a compreender o surgimento do universo. Depois de uma série de ajustes, dois raios de prótons foram disparado pelo túnel circular de 27 quilômetros de extensão construído no subsolo de uma área próxima de Genebra que abrange a Suíça e a França.
Às 10h26 locais (5h26 em Brasília), dois pontos brancos surgiram na tela de um computador, indicando que os prótons disparados em sentido horário haviam percorrido toda a extensão do Grande Colisor de Hádrons, qualificado como a maior experiência física da história. "Aí está", disse o líder do projeto, Lyn Evans, quando o raio de prótons completou a primeira volta pelo túnel.
Garrafas de champanhe foram estouradas em laboratórios estabelecidos em diferentes partes do mundo. O experimento foi acompanhado com atenção, via satélite, por colaboradores e críticos do projeto. Agora, físicos do mundo inteiro têm a seu dispor um equipamento mais potente para desintegrar componentes dos átomos na tentativa de entender melhor a estrutura deles.
Celebração
"Muito bem, pessoal", elogiou Robert Aymar, diretor-geral do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, pela iniciais em francês). Cientistas reunidos na sala de controle, estabelecida na fronteira entre a França e a Suíça, celebraram o feito.
Os prótons começaram a ser disparados no colisor de partículas menos de uma hora antes da conclusão do teste. O primeiro raio foi emitido às 9h35 locais. Horas depois, os cientistas do Cern enviaram um segundo raio, este em sentido anti-horário, e tudo transcorreu conforme o previsto.
Os físicos pretendem agora lançar dois raios simultaneamente em sentidos opostos com o objetivo de recriar as condições das frações de segundos que se seguiram ao Big Bang, a grande explosão na qual teria surgido o universo.
Críticos do Grande Colisor de Hádrons temiam que o acionamento da estrutura poderia causar o fim do mundo.
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