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Seul – Em desafio às advertências da comunidade internacional, a Coréia do Norte realizou ontem seu primeiro teste nuclear subterrâneo, classificado como "acontecimento histórico" pelo regime comunista e alvo de uma onda de críticas em todo o mundo. "O teste nuclear foi realizado com 100% de nossa sabedoria e tecnologia", afirmou a agência nuclear norte-coreana. Especula-se que Pyongyang teria material para produzir até 13 bombas de grande potência.

Segundo a agência, não houve vazamento de material radioativo. O ministério da Defesa sul-coreano disse que o teste foi realizado perto de Kilju, às 10h36 locais de segunda-feira (ainda 22h36 de domingo em Brasília).

Tremor

Os serviços de inteligência sul-coreanos observaram um tremor sísmico com magnitude de 3,5 graus, sentido a partir da província de Hamkyong, no norte da Coréia do Norte. O Serviço geológico americano também informou ter detectado um tremor de magnitude 4,2 graus na Coréia do Norte. No dia 3 de outubro, o regime comunista havia advertido que realizaria um teste nuclear se houvesse as condições de segurança requeridas. Na ocasião, Pyongyang invocou "a ameaça extrema dos Estados Unidos de desencadear uma guerra nuclear", assim como "as sanções viciosas", impostas pelos EUA contra entidades norte-coreanas acusadas de lavagem de dinheiro.

Bush

Em breve declaração na Casa Branca, o presidente George W. Bush considerou o teste uma provocação e uma ameaça para a paz internacional. Por isso, reclamou uma resposta imediata do Conselho de Segurança da ONU.

O Conselho, por sua vez, iniciou uma reunião de emergência, a portas fechadas, para tratar do assunto, no mesmo dia em que designou seu próximo secretário-geral, o sul-coreano Ban Ki-Moon.

Os 15 países que integram o Conselho condenaram o teste nuclear, segundo informou o embaixador japonês, Kenzo Oshima, cujo país ocupa a presidência mensal dessa instância das Nações Unidas. "Os membros do Conselho condenaram energicamente e pediram de novo à Coréia do Norte que se abstenha de mais testes e volte às negociações, além de abandonar todos os seus programas nucleares". Oshima disse o objetivo do Conselho é dar uma resposta "dura e rápida" em forma de resolução.

O Japão, que já impõe sanções econômicas ao regime de Pyongyang, é partidário do uso da força militar para conter a Coréia do Norte. Os EUA, por sua vez, já informaram que vão pressionar pela adoção de sanções para impedir a importação e exportação de materiais que poderiam ser usados na produção de armas de destruição em massa.

As sanções devem dificultar ainda mais a vida da Coréia do Norte, um país fechado e cada vez mais isolado, com uma economia exaurida, que depende em grande parte da ajuda humanitária para alimentar seus 23 milhões de habitantes.

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