O teste nuclear com bomba de hidrogênio que a Coreia do Norte anunciou ter realizado nesta quarta-feira (6) “mina a segurança regional e internacional”, afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em um comunicado. Ao longo do dia, várias entidades se pronunciaram condenando a ação -- ainda desacreditada por alguns especialistas --do país asiático.
A TV estatal norte-coreana noticiou que cientistas do país conduziram a detonação bem-sucedida de uma bomba de hidrogênio por volta das 10h desta quarta-feira, pelo horário local (23h30 de terça-feira, no horário de Brasília).
O secretário-geral da Aliança Atlântica condenou “o contínuo desenvolvimento pela Coreia do Norte de programas de armas nucleares e mísseis balísticos, assim como a provocativa e ameaçante retórica”. “A Coreia do Norte deveria abandonar suas armas nucleares, assim como os atuais programas de armas nucleares e mísseis balísticos de maneira completa, verificável e irreversível, além de comprometer-se de maneira confiável e autêntica com um diálogo para a desnuclearização”, completou.
A União Europeia (UE) considerou uma grave violação das resoluções da ONU e uma ameaça à paz.“Se for confirmada, esta ação representará uma grave violação das obrigações expressadas em inúmeras resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma ameaça à paz”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, também exigiu que Pyongyang “respeite a totalidade das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unida e da AIEA”.
O Conselho de Segurança ONU convocou uma reunião de emergência logo após as notícias sobre os testes da Coreia do Norte.
Países
Países como Reino Unido, França, China, Japão e Austrália também condenaram a ação da Coreia do Norte.
“Nós estamos trabalhando com outros membros do Conselho de Segurança da ONU para garantir que a comunidade internacional responda com urgência e de forma decisiva esta ação da Coreia do Norte”, disse o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond.
A França, por sua vez, também pediu forte reação da comunidade internacional. “Condenamos esta violação inaceitável das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e apelamos a uma forte reação da comunidade internacional”, afirmou o escritório do presidente francês, François Hollande.
Já a China, o principal aliado da Coreia do Norte, disse que se opõe firmemente ao teste da bomba de hidrogênio e pediu para a Coreia do Norte não realizar atos que possam agravar as tensões na Península Coreana.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying, afirmou que a China está monitorando sua fronteira com a Coreia do Norte perto do local do teste e que a qualidade do ar no local estava dentro da faixa normal.
O Japão também expressou sua condenação. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiterou que o teste é uma ameaça para a segurança de sua nação. “Nós absolutamente não podemos permitir isso e condenamos fortemente”, afirmou Abe, dizendo que irá tomar uma “forte medida” de ação com outras nações, como os EUA, Coreia do Sul, China e Rússia, através da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ministra de Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, afirmou em um comunicado que a ação “confirma o país como ‘perigoso’ e uma contínua ameaça à paz e segurança internacional”.
Antes da confirmação do teste, o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Ned Price, disse que apesar de ainda não poder confirmar as informações, o governo norte-americano condena qualquer violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU. “Voltamos a pedir à Coreia do Norte que cumpra as suas obrigações e compromissos internacionais”. “Os Estados Unidos vão responder adequadamente a qualquer provocação norte-coreana”, acrescentou Price.
“Se esse teste for confirmado, representará um novo passo de Pyongyang no caminho do desenvolvimento de armas nucleares o que constitui uma violação do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou a chancelaria russa em um comunicado.
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