Um antigo diretor jurídico do ministério da Fazenda da Argentina, que é testemunha no caso pelo qual o vice-presidente Amado Boudou é investigado, disse ter recebido ameaças e fugiu do país. A testemunha que fugiu da Argentina é o ex-diretor de assuntos jurídicos Guillermo Capdevila.

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Ele diz em uma carta pública que "as ameaças foram feitas a mim, na minha cara, por dois sujeitos desconhecidos em via pública e foram acompanhadas de perseguições em carros muito suspeitas que aconteceram repetidamente com a minha família em distâncias grandes na cidade de Buenos Aires e no interior".

A investigação acontece por uma operação que aconteceu em 2010. O fisco do país pediu a falência de uma empresa gráfica em julho daquele ano. Mas dois meses depois, voltou atrás no pedido.

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Boudou, que na época era o ministro da Fazenda, ordenou que o órgão fiscal do governo desse uma moratória à empresa gráfica.

Um outro grupo de sócios assumiu o controle da empresa - incluindo um que seria laranja do próprio Boudou, suspeita o Ministério Público. Em seguida, a companhia ganhou uma licitação do Banco Central para fabricar notas de cem pesos (R$ 27,40).

Capdevile havia dado testemunhado favoravelmente a Boudou - disse que não houve sugestão pró ou contra a moratória excepcional no caso da empresa gráfica.

Mas, na terça (20) ele publicou a carta na qual relata o confronto com os desconhecidos e as perseguições e que já estava fora da Argentina, em um país não revelado.

O antigo diretor de assuntos jurídicos tem dado entrevistas por Skype aos jornais argentinos. Nesta quinta (22), o Clarín publicou uma entrevista em que ele diz se sentir ameaçado também pelo advogado de Boudou - o defensor afirmou que, se Capdevila mudar sua versão dos fatos, terá cometido perjúrio.

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O governo argentino ofereceu um programa de proteção à testemunhas a Capdevilla, mas ele diz ter receio e que não vai aceitar a proposta.