Uma testemunha da Promotoria da Bolívia afirmou que um grupo de líderes da oposição teve reuniões com uma quadrilha de mercenários que supostamente planejava matar o presidente Evo Morales.
O promotor que dirige as investigações, Marcelo Sosa, afirmou que a testemunha-chave, Ignacio Villa, disse que "os mercenários se reuniam constantemente com outras 20 pessoas...em alguns casos participava Branko Marinkovic, quase sempre Guido Nayar", relatou. "Os que nunca faltaram são Hugo Achá, Mauricio Roca e outros", disse o promotor. Não foi informado ainda se os supostos envolvidos serão acusados formalmente.
"Inicialmente, quem financiou o grupo com 200 mil dólares para compra de armas de fogo foi Branko Marinkovic, que havia entregue dinheiro a um grupo de argentinos, que haviam fugido", prosseguiu Sosa, citando declarações de Alcides Mendoza, detido e acusado de vender armas ao grupo de mercenários. Marinkovic foi presidente do comitê cívico da província de Santa Cruz, no leste do país, e é um dos mais duros opositores de Morales. Atualmente, é proprietário de uma empresa de azeite na Bolívia.
Guido Nayar é vice-presidente do comitê cívico de Santa Cruz, Hugo Achá é um ativista pela defesa dos direitos humanos e Mauricio Roca é presidente da Câmara Agropecuária do Oriente. A investigação começou após a descoberta de uma "célula terrorista" que planejava matar Morales e outros membros do governo, inclusive o vice-presidente Alvaro García Linera.
Em 16 de abril, a polícia matou durante uma operação Eduardo Rozsa Flores, com nacionalidades boliviana, croata e húngara, em um hotel de Santa Cruz. Também morreram com ele o irlandês Michael Martin Dwyer e o húngaro Arpad Magyarosi. Foram presos o húngaro Elod Toaso e Mario Tadic, um boliviano. Líderes de Santa Cruz colocaram em dúvida a versão do governo sobre o suposto foco "terrorista". Oposicionistas disseram que a intenção de La Paz era atuar tendo em vista as eleições nacionais, marcadas para dezembro.
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