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desastre ambiental

Testes continuam em tampa que vedou poço da BP no Golfo

O poço da British Petroleum segue sem dar sinais de vazamento nesta sexta-feira, após a instalação de uma nova tampa. Mas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou que ainda há mais trabalho pela frente para que o defeito seja definitivamente consertado.

Na quinta-feira, a BP cerrou as válvulas de uma tampa recém-instalada no poço, de onde o petróleo vazava desde 20 de abril. Havia temores de que a estrutura poderia não resistir à pressão e que o petróleo poderia se infiltrar pelas laterais do poço, emergindo no leito marinho. Robôs estão vasculhando o fundo do mar para ter certeza de que isso não aconteceu.

"Não vimos evidências negativas de nenhum vazamento aqui", disse Ken Wells, vice-presidente de explorações e produção da BP, dona do poço danificado no golfo do México.

Na Casa Branca, Obama disse: "Não vamos parar até que realmente saibamos que matamos o poço e que temos uma solução permanente em vigor. Estamos avançando nessa direção, mas não quero que demos um passo maior que a perna."

O vazamento, pior na história dos Estados Unidos, causa graves prejuízos ambientais e econômicos, além de abalar a popularidade de Obama.

A perspectiva de contenção do vazamento fez com que as ações da BP mantivessem sua recuperação na Bolsa de Londres nesta sexta-feira.

O teste com a nova tampa do poço deve durar 48 horas, ou seja, até a tarde de sábado. Para tampar permanentemente o vazamento, a BP está escavando um poço auxiliar que irá encontrar o poço acidentado - que se estende por 2,5 quilômetros abaixo do leito marinho. Os técnicos então irão injetar lama e cimento para "sufocar" de vez o jorro de petróleo.

A tampa instalada nesta semana servirá para interromper o vazamento caso alguma condição excepcional - como um furacão - obrigue a BP a desativar a atual operação de controle, que consiste em recolher o petróleo por meio de dutos, para armazená-lo em navios ou queimá-lo na superfície.

Foi a primeira vez que a BP conseguiu parar totalmente o vazamento desde o acidente de 20 de abril, quando uma plataforma de exploração petrolífera explodiu e afundou, matando 11 operários.

Sob pressão do governo, a BP já reservou 20 bilhões de dólares para um fundo destinado à limpeza e às indenizações do vazamento. Mas ninguém sabe ao certo qual será o custo do desastre.

Três analistas ouvidos pela Reuters preveem que a BP gastará de 63 a 100 bilhões de dólares nos próximos 15 anos em multas, despesas com limpeza e custas judiciais. Para o analista Peter Hutton, da NCB Securities, de Londres, a conta ficará em 40 bilhões de dólares.

Técnicos estimam que o vazamento seja de 5,6 a 9,5 milhões de litros de óleo por dia. A BP está ampliando o sistema de captura do óleo, esperando elevar sua capacidade para até 12,7 milhões de litros por dia.

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