ROMA - Quase 500 anos depois da morte de Cristóvao Colombo, uma equipe de geneticistas está usando amostras de DNA para solucionar dois mistérios intrigantes: o local real de nascimento do explorador e onde foram enterrados seus ossos.
A discussão sobre as origens e o local do descanso derradeiro de Colombo é travada há mais de um século. Alguns historiadores questionam a teoria tradicional de que ele nasceu em Gênova, na Itália. Há teses defendendo que Colombo fosse um judeu espanhol, um grego, um basco ou um português.
Até mesmo o local onde foram enterrados seus restos mortais continua a alimentar polêmicas. Tanto a República Dominicana quanto a Espanha afirmam que o túmulo de Colombo, morto em maio de 1506, está em seu território.
A equipe de geneticistas, liderada por espanhóis, mas que conta com a participação de italianos, americanos e alemães, recolheu amostras de DNA da ossada do irmão e do filho de Colombo e depois as compararam com os fragmentos de Sevilha atribuídos ao explorador.
O anúncio oficial do resultado deve acontecer ainda este ano, mas pesquisadores italianos afirmam estar convencidos de que os restos mortais de Sevilha são autênticos.
- Já começamos todas as análises em nível molecular e temos bons indícios de que os restos em Sevilha são efetivamente de Cristóvao - disse Olga Rickards, chefe da equipe no laboratório da Universidade Tor Vergata, em Roma.
Se confirmada, a informação pode colocar fim à disputa travada desde 1877, quando operários dominicanos encontraram um esquife de couro enterrado atrás do altar da catedral de Santo Domingo. No esquife havia fragmentos de ossos que, segundo o país, eram de Colombo.
Os ossos deveriam ter saído da ilha rumo a Cuba em 1795 e, um século mais tarde, enviados para a Espanha.
Mas, no esquife, havia a inscrição "Ilustre e distinto homem, Don Cristóbal Colón" - o nome em espanhol de Colombo.
- Não há informações (sobre os restos que estão na República Dominicana) porque eles não permitiram a realização de uma análise de DNA - afirmou Rickards.
Pouco se sabe sobre o início da vida de Colombo, supostamente o filho de um tecelão de Gênova que, em 1492, mudou o mundo ao descobrir por acidente as Américas.
Os geneticistas esperam colocar fim à disputa de uma vez por todas com a análise de amostras de DNA de europeus cujo sobrenome é Colombo.
Na Itália, os pesquisadores disseram ter enviado cartas para os "Colombo" do sexo masculino pedindo-lhes que recolhessem amostras de saliva de sua mucosa bucal com um chumaço de algodão.
- Enviamos 250 cartas. E já recebemos 16 respostas positivas - comentou afirmou Rickards Reuters.
A equipe espanhola pediu a 150 pessoas que fornecessem amostras de saliva.
- Se tivermos sorte, poderemos ter o resultado em maio próximo, quando a morte de Colombo completa 500 anos - disse.
O prefeito de Gênova, Giuseppe Pericu, afirmou em tom jocoso para um jornal que Colombo acabaria sendo genovês de uma forma ou de outra. "Se for descoberto que Colombo não nasceu em Gênova, vamos transformá-lo em cidadão honorário da cidade", prometeu.
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