Washington - Testes iniciais feitos com amostras e ar e outros dados para confirmar se a Coreia do Norte detonou um artefato nuclear na segunda-feira são até agora "inconclusivos", disse ontem um funcionário norte-americano.
Testes de radioatividade em amostras de ar da região continuam a ser realizados, mas uma rodada inicial de análises não confirmou se Pyongyang disparou uma bomba atômica, disse o funcionário que falou em condição de anonimato.
"Os resultados ainda não chegaram", disse outro funcionário.
Para a agência de monitoramento para suspensão atômica, o teste nuclear da Coreia do Norte nesta semana foi maior que o realizado em 2006, mas não na escala antes anunciada. A Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), baseada em Viena, disse que ainda aguarda a descoberta de qualquer partícula radioativa e gases nobres, esperada para a próxima semana. Mas disse que dados mostraram que o teste se pareceu com uma explosão e um terremoto.
A Rússia disse, pouco depois do teste de segunda-feira, que a explosão foi 20 vezes maior que o primeiro teste norte-coreano de mil toneladas há três anos ou o equivalente à bomba atômica lançada pelos EUA na cidade japonesa de Nagasaki na Segunda Guerra Mundial.
Especialistas independentes disseram que leituras sismológicas feitas na data em que a Coreia do Norte diz ter realizado o teste na segunda-feira são compatíveis com uma explosão atômica.
As tensões na região ficaram mais fortes desde que o regime de Kim Jong-il informou que testou o artefato e renunciou ao armistício que interrompeu a Guerra da Coreia em 1953.
Novo míssil
Fotos tiradas por satélites americanos mostram intensa atividade de veículos em duas bases de mísseis da Coreia do Norte um sinal de que o regime de Pyongyang poderia estar preparando o lançamento de um projétil balístico de longo alcance, informaram ontem funcionários da Defesa americanos.
Uma delegação americana de alto nível será enviada à Ásia na próxima semana para discutir medidas a serem tomadas após o novo teste nuclear da Coreia do Norte. A delegação, formada por representantes do departamento de Estado, do Pentágono, do Tesouro e da Casa Branca, será coordenada por James Steinberg, número dois do departamento de Assuntos Exteriores, indicou o porta-voz da pasta, Ian Kelly.
Steinberg, que já deixou Washington para acompanhar o secretário americano de Defensa, Robert Gates, em uma visita a Cingapura, "consultará nossos cinco aliados sobre as próximas medidas a tomar para responder ao desafio feito pela Coreia do Norte à comunidade internacional", explicou Kelly em um comunicado.