As emissões de gases causadores do efeito estufa devem ser cortadas em até 95% até 2050, tendo como base 1990, segundo um rascunho do acordo da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que ocorre em Copenhague. A meta mínima para esse corte é de 50%, e outra meta possível é um corte de 85%, afirma o texto em discussão.
O rascunho afirma que a temperatura da Terra não deve aumentar mais que 1,5º ou 2º Celsius, comparando-se com o período anterior à Era Industrial. Os países ricos devem se comprometer com metas com força de lei para cortar suas emissões de gases causadores do efeito estufa. Já as nações em desenvolvimento devem tomar ações para limitar o aumento de suas emissões, sustenta o rascunho.
A meta internacional de reduzir as emissões de CO2 para conter a mudança climática "deve estar baseada no melhor conhecimento científico disponível e apoiada em metas de médio prazo para redução de emissões, levando em conta responsabilidades históricas", afirma o texto. O rascunho é a primeira tentativa oficial de se trabalhar por um acordo final para o combate ao aquecimento global no encontro, na primeira das duas semanas de duração da conferência.
Os países desenvolvidos devem fornecer tecnologia e recursos para auxiliar os em desenvolvimento na luta contra a mudança climática, nota o texto. Além disso, as nações industrializadas devem cortar suas emissões em pelo menos 25% até 2020, comparando-se com os níveis de 1990, com a possibilidade de um corte "na ordem de 30%", ou mesmo maior.
Os países em desenvolvimento uma definição que normalmente inclui importantes economias em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil não terão metas específicas com força de lei, mas "devem tomar ações autônomas" para enfrentar o problema. Isso poderia implicar uma redução nas emissões nesses países da ordem de 15% a 30% até 2020, segundo essa versão.
"Em muitos sentidos, o texto representa um passo construtivo. No entanto, os Estados Unidos não consideram a ideia de atenuá-lo como base para a negociação, afirmou Todd Stern, enviado especial do presidente Barack Obama para mudanças climáticas.
Segundo Stern, quase todo o crescimento das emissões veio dos países em desenvolvimento. "Você não pode falar em manter o aquecimento em menos de 2ºC sem ter as grandes economias em desenvolvimento falando isso, prosseguiu.
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