Depois de quase sete meses, o Senado dos Estados Unidos finalmente aprovou o nome de Thomas Shannon como o novo embaixador norte-americano em Brasília. Sua nomeação era tida como chave para as relações entre as administrações de Barack Obama e Luiz Inácio Lula da Silva, que se desgastaram nos últimos meses.
O presidente dos EUA indicou Shannon para o cargo em 27 de maio. Nessa época, o futuro embaixador ocupava o cargo de subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, cargo responsável pela diplomacia norte-americana para a América Latina. Às vésperas de sua aprovação pelo Senado, em meados deste ano, o senador republicano Joe DeMint o vetou por causa da posição do governo Obama diante da deposição de Manuel Zelaya da presidência de Honduras.
Além de Shannon, seu sucessor no cargo de subsecretário de Estado, Arturo Valenzuela, também foi vetado pelo republicano na mesma época. Segundo analistas, como Christopher Sabatini, do Council of the Americas, em Nova York, essa medida deixou o governo dos EUA sem comando na formulação da política para América Latina.
Shannon é fluente em português e espanhol e trabalhou no fim da década de 1980 e início dos anos 1990 na Embaixada dos EUA em Brasília, onde nasceu um de seus filhos. Ao longo de sua carreira diplomática, exerceu cargos em administrações republicanas e democratas. É visto como um maiores especialistas americanos em Brasil e etanol, além de ser considerado fundamental para os EUA em um momento em que o peso político internacional do Brasil cresce.