Nas últimas décadas, o nome do presidente Donald Trump foi usado como marca em muitas coisas: hotéis, bifes, tacos de golfe, transporte de avião, vodca, uma universidade extinta e um jogo de tabuleiro.
Agora há um clube de futebol que quer entrar na lista.
No domingo (13), o Beitar Jerusalem, um dos maiores times de futebol da Associação de Futebol de Israel, anunciou em comunicado que quer se mudar seu nome para “Beitar ‘Trump’ Jerusalem”. Mas o clube precisará primeiro obter a aprovação da Associação de Futebol de Israel, e então terá que se preocupar com o fato de que o nome de Trump já tem registro de marca em Israel, informou o Jerusalem Post.
O anúncio foi feito na véspera da inauguração oficial da Embaixada dos EUA em Jerusalém na segunda-feira (14).
Em dezembro do ano passado, Trump anunicou que estava transferindo a embaixada americana de Tel Aviv, mantendo uma promessa de campanha para reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. O movimento irritou profundamente os palestinos. Críticos dizem que ele ameaçou as negociações de paz entre palestinos e israelenses e complicou o papel dos Estados Unidos como intermediário nesse conflito.
Já os israelenses receberam entusiasticamente a mudança - e o Beitar Jerusalém está entre eles.
Em uma declaração no Facebook, o clube de futebol disse que o seu dono, Eli Tabib, e o gerente executivo, Eli Ohana, tomaram a decisão de mudar o nome do clube para homenagear Trump por sua decisão "corajosa".
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— Beitar Jerusalem FC (@fcbeitar) 13 de maio de 2018
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"Por 70 anos Jerusalém tem esperado o reconhecimento internacional, até que o presidente Donald Trump, em uma ação corajosa, reconheceu Jerusalém como a eterna capital de Israel. O presidente Trump mostrou coragem e verdadeiro amor ao povo de Israel e sua capital, e hoje em dia outros países estão seguindo sua liderança em dar a Jerusalém seu status legítimo. O clube de futebol Beitar Jerusalem, um dos símbolos mais proeminentes da cidade, tem o prazer de homenagear o presidente por seu amor e apoio com um gesto próprio", escreveu o clube em seu perfil do Twitter.
O Beitar Jerusalem, seis vezes campeão da liga israelense, também tem a distinção de ser a única equipe israelense a nunca contratar um jogador árabe. Seus fãs são conhecidos por entoarem cantos anti-árabes e serem nacionalistas "extremos". Em 2012, os fãs do Beitar invadiram um shopping depois de uma partida de futebol gritando "morte aos árabes" e espancando vários funcionários árabes lá dentro, de acordo com o Jerusalem Post.
Quando a equipe contratou dois jogadores muçulmanos da Chechênia em 2013, a polícia suspeitou que os torcedores foram responsáveis por um incêndio nos escritórios do time em protesto, segundo a publicação Atlantic. Antes da chegada dos jogadores muçulmanos, os fãs tiraram um banner que dizia "Beitar Pure Forever" (Breitar Puro para Sempre).
Em agosto do ano passado, o clube foi reconhecido por seus esforços para tentar reprimir os cantos racistas e a hostilidade em seus jogos, estabelecendo um fórum para falar sobre racismo e incitação, informou o Times de Israel. No mês seguinte, um conselheiro foi forçado a renunciar depois de dizer a um jornal que nunca contrataria um jogador muçulmano por causa do incidente de 2013.
Na segunda-feira, Jared Kushner, Ivanka Trump e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, entre outros, comparecerão à inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém. O presidente Trump não estará lá.
Violentos protestos estão em curso em Gaza e nos territórios palestinos. Enquanto a segunda-feira comemora o 70º aniversário da fundação de Israel, a terça-feira (15) comemora o 70º aniversário das expulsões em massa dos palestinos, conhecido como “nakba”, palavra de origem árabe que significa “catástrofe”.