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Gleno – Um ataque contra um diretório do partido governista timorense elevou ontem o temor de que a recente onda de violência que tomou conta de Díli, a capital, esteja se disseminando para outras partes do Timor Leste.

Ainda não se sabe se o ataque contra o diretório da Frente Revolucionária para um Timor Leste Independente (Fretilin) em Gleno, 30 quilômetros a sudoeste de Díli, foi um ato isolado ou se faz parte de um esforço para pressionar o governo em um momento no qual as forças de paz estrangeiras lideradas pela Austrália tornam-se mais visíveis e ativas na capital.

Não há informações sobre vítimas do ataque, perpetrado na noite de quarta-feira em Gleno, mas o paradeiro de seis pessoas que fugiram do local atacado ainda é desconhecido.

Francisco Salsinha, um líder comunitário na cidade atacada, disse que a ação foi conduzida por um grupo de cerca de dez militares e policiais renegados que dispararam pelo menos quatro tiros contra o diretório da Fretilin.

Pelo menos dez pessoas que estavam no interior do diretório no momento do ataque saíram correndo, afirmou Salsinha. De acordo com outras testemunhas, os agressores saíram atrás dos fugitivos e dispararam mais sete tiros. O paradeiro de seis das dez pessoas que fugiram ainda é desconhecido.

Em março, cerca de 600 soldados em greve foram dispensados pelo Exército e desencadearam confrontos com as forças regulares. Trata-se da pior onda de violência no país desde 1999, quando os timorenses foram às urnas em um referendo no qual aprovaram sua independência da Indonésia.

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