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Um atirador abriu fogo em uma universidade na cidade de Perm, nos Montes Urais, na Rússia, nesta segunda-feira (20), deixando ao menos seis pessoas mortas e 28 feridas, segundo autoridades russas.
As primeiras investigações indicaram que o responsável pela ação foi um aluno da faculdade de Direito da própria universidade, que ficou ferido durante troca de tiros com agentes das forças de segurança que atenderam a ocorrência.
O atirador foi encaminhado para um hospital local e está internado em unidade de terapia intensiva (UTI). Segundo o agente que conseguiu neutralizar o atirador, ele estava munido de uma escopeta e uma navalha.
Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, entre os primeiros 24 feridos, 19 sofreram ferimentos a bala e os outros precisaram ser atendidos porque saltaram das janelas para escapar do atirador. O número de vítimas foi atualizado pelas autoridades, que inicialmente relataram oito mortes.
A universidade de cerca de 12 mil estudantes afirmou que cerca de 3 mil pessoas estavam no campus no momento do tiroteio. Estudantes e funcionários se trancaram em salas de aula e fizeram barricadas com cadeiras. Vídeos da imprensa local mostram várias pessoas saltando das janelas do edifício de dois andares.
A assessoria de imprensa da Universidade de Perm informou, através de mensagem nas redes sociais, que as aulas foram interrompidas na instituição de ensino logo que foram ouvidos os primeiros disparos. A Universidade também afirmou que o atirador usou uma arma que dispara balas de borracha, que pode ser modificada para usar munição real.
Um dos alunos que testemunhou o ataque, afirmou ao site local 59.ru, que o atirador iniciou a série de disparos assim que conseguiu entrar no campus. "Nós nos escondemos em uma sala de aula durante uma hora. Éramos umas 60 pessoas", relatou o estudante.
Imagens das câmeras de segurança indicaram que o responsável pela ação ainda disparou contra veículos estacionados, antes de começar a mirar contra alunos da universidade.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, no momento em quarentena após um surto de Covid-19 no Kremlin, se manifestou sobre o caso e deu condolências aos familiares das vítimas. Já o primeiro-ministro do país, Mikhail Mishustin, enviou os ministros da Saúde e da Educação para o local do ataque. As autoridades de Perm, por sua vez, declaram luto oficial e suspenderam as aulas em todas as instituições de ensino da região.
Os tiroteios em escolas e universidades passaram a ocorrer com mais frequência nos últimos anos na Rússia. Putin já denunciou o fenômeno como sendo importado dos Estados Unidos.
Em maio deste ano, um homem de 19 anos abriu fogo em sua antiga escola em Kazan, matando nove pessoas. O autor do crime tinha permissão para uso de arma semiautomática. No mesmo dia do ataque, Putin mandou revisar a legislação sobre porte de armas.
Primeiras investigações
De acordo com a imprensa russa, o autor do ataque teria deixado uma mensagem nas redes sociais, antes de efetuar os disparos dentro do campus da universidade.
"Eu me odeio, mas quero causar dor a todos que se metam no meu caminho", diz frase postada em um perfil que seria do jovem, de apenas 18 anos. Além disso, o responsável pela ação teria escrito que não pertence a qualquer organização terrorista.