Bagdá (AE/AP) As forças de ocupação norte-americanas lançaram ontem, numa região ao norte de Bagdá, sua maior ofensiva aérea no Iraque desde a invasão do país, em março de 2003. Seu alvo são os grupos insurgentes, incluindo militantes ligados à rede Al Qaeda, que estariam se concentrando numa ampla área entre as cidades de Samara e Adwar, onde a violência sectária aumentou muito nas últimas semanas.
Prevista para durar "vários dias", a operação foi realizada em conjunto com tropas iraquianas e envolveu cerca de 1.500 soldados, mais de 50 helicópteros e 200 veículos blindados. Helicópteros foram usados para transportar os soldados para as áreas mais suspeitas. Um balanço do Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono) indicava que, até no fim da noite, pelo menos 41 rebeldes haviam sido presos.
Não foram disparados mísseis, nem despejadas bombas, disseram os militares. No entanto, não há informações de fonte independente sobre os desdobramentos da operação.
Para o correspondente da rede britânica BBC em Bagdá, Andrew North, o principal objetivo da ofensiva, realizada em plena luz do dia, não seria a eliminação dos focos de rebeldes, mas, sim, uma demonstração de força para quebrar o ciclo de violência entre sunitas e xiitas se aprofunde.
O Pentágono também estaria empenhado em mostrar que forças iraquianas e norte-americanas podem operar em conjunto e evitar que o país mergulhe numa guerra civil.
Situada 95 quilômetros ao norte de Bagdá, Samara foi palco três semanas atrás de um dos mais graves atentados no Iraque: bombas destroçaram a Mesquita Dourada, o terceiro santuário mais venerado pelos xiitas iraquianas, fato que desencadeou uma onda de ataques contra mesquitas sunitas e ações de represália dessa comunidade contra os xiitas.