![Todos os bispos chilenos pedem demissão por escândalo de pedofilia O papa Francisco com os bispos chilenos, durante encontro para discutir as denúncias de pedofilia no país | HOAFP](https://media.gazetadopovo.com.br/2018/05/afp_1535d2-u73272028338ouh-1200x800-2.1.1249414851-gpLarge.jpg)
Todos os bispos chilenos apresentaram nesta sexta-feira (18) um pedido de demissão coletiva de seus cargos em resposta ao escândalo de pedofilia ocorrido nos anos 1990 por um padre católico do país. A decisão foi tomada após três dias de encontro com o papa Francisco, no Vaticano. Agora, cabe ao Pontífice analisar as renúncias caso a caso.
“Nós colocamos nossa posição na mão do santo padre e cabe a ele decidir livremente sobre cada um de nós”, disse o secretário-geral da Conferência Episcopal do Chile, monsenhor Fernando Ramos, ao ler o comunicado assinado pelos 34 bispos do país.
“Depois de três dias de encontros com o Santo Padre e muitas horas dedicadas à meditação e à oração, seguindo as suas indicações, desejamos comunicar que, antes de tudo, agradecemos ao papa Francisco pela sua escuta paterna e sua correção fraterna. Mas, sobretudo, queremos pedir perdão pela dor causada às vítimas, ao Papa, ao povo de Deus e ao nosso país pelos graves erros e omissões por nós cometidos”.
Uma investigação do Vaticano, divulgada parcialmente nesta sexta (18), afirmou que a cúpula da igreja chilena é responsável por “graves erros” no modo como lidou com os casos de pedofilia no país. Os bispos são acusados de queimar documentos, ignorar denúncias e negligenciar vítimas.
O caso
O encontro com o papa Francisco começou na última terça-feira (15). Os bispos analisaram um relatório de 2,3 mil páginas feito por dois enviados do Vaticano ao Chile, Charles Scicluna, bispo de Malta, e Jordi Bertomeu, oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.
O relatório, intitulado “Karadima-Barros”, retrata as acusações feitas contra algumas autoridades da Igreja no Chile de tentar esconder os abusos feitos pelo padre Fernando Karadima, hoje com 87 anos, na década de 1990. O principal acusado de ocultar os delitos é o bispo da diocese de Osorno, Juan Barros.
O papa recebeu este ano, no Vaticano, três vítimas do padre Karadima: Andrés Murillo, Juan Carlos Cruz e James Hamilton. Na ocasião, ele pediu perdão em nome dos criminosos pelos abusos ocorridos.
Em viagem a Santiago do Chile, em janeiro deste ano, o papa já havia prometido apurar até o fim as denúncias apresentadas pela imprensa dos casos de pedofilia. À época, o papa chegou a dizer que não havia chegado às suas mãos nenhuma prova contra o bispo Barros, causando grande polêmica no país. Depois, com o relatório em mãos, o Pontífice prometeu tomar rapidamente as medidas cabíveis.
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