No debate de domingo passado, o candidato do kirchnerismo, Daniel Scioli, mencionou por duas vezes o papa Francisco, mas ignorou totalmente a presidente da Argentina Cristina Kirchner. Depois de uma moderada participação no primeiro turno da eleição, na reta final da disputa pela sucessão presidencial, Cristina praticamente sumiu do mapa. Na tentativa de semostrar como um dirigente independente, Scioli eliminou a presidente de sua estratégia, de seu discurso e de todos os eventos importantes na tentativa de vencer o segundo turno, que ocorre neste domingo (22).
“Hoje, há uma vantagem do candidato da oposição, Mauricio Macri, em torno de oito pontos. Eliminar Cristina era uma necessidade para Scioli”, explica o analista político Sergio Berenztein. Para ele, “a ausência da presidente foi negociada pela Casa Rosada”. “Quando aparecia Cristina, a figura de Scioli se diluía. Só com os votos da presidente, que o candidato já tem, não se conquista a presidência.”
A presidente, que deixará o poder no próximo dia 10 de dezembro, nunca mostrou entusiasmo na campanha de Scioli, um candidato que ela não queria, mas foi obrigada a aceitar porque era o mais bem posicionado nas pesquisas. O atual governador da Província de Buenos Aires sempre foi desprezado pela presidente e considerado um dirigente pouco fiel ao projeto kirchnerista.
Nas primeiras semanas de campanha, ambos apareceram juntos em vários atos, mas a expressão de desagrado de Cristina era evidente. Para analistas e jornalistas locais, a presidente “parecia quase fazer campanha para Macri”. “Sou dos que pensam que Cristina leva Scioli à derrota”, opinou o jornalista Luis Majul, apresentador do programa La Cornisa e autor de livros sobre a era kirchnerista.
Congresso prepara reação à decisão de Dino que suspendeu pagamento de emendas parlamentares
O presente do Conanda aos abortistas
Governo publica indulto natalino sem perdão aos presos do 8/1 e por abuso de autoridade
Após operação da PF, União Brasil deixa para 2025 decisão sobre liderança do partido na Câmara