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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve transformar palavras em atos se não quiser ser um zero à esquerda na história, disse o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em entrevista realizada na Síria e transmitida no domingo pela televisão estatal.

Com a chegada de Obama ao poder neste ano, Chávez moderou sua retórica contra a Casa Branca, como fazia durante os mandatos do ex-presidente George W. Bush, mas manteve duro discurso contra a política externa de Washington.

"Tomara que o presidente Obama não fique como um zero à esquerda na história. Tomara que o presidente Obama assuma e de verdade construa sobre as ruínas do império ianque um grande país, Estados Unidos, que seja um país irmão do mundo," disse Chávez à rede de TV Tele-Siria nesta semana.

Obama prometeu neste ano em uma cúpula regional abrir nova era nas relações da potência com a América Latina, depois de tempos de negligência para uma região que foi considerada por décadas o quintal dos Estados Unidos.

Apesar disso, Chávez crê que as promessas ficaram nas palavras e acusa Washington de estar por trás do golpe de Estado em Honduras que derrubou seu aliado Manuel Zelaya em junho e de planejar invadir a Venezuela para se apoderar de suas gigantescas reservas petrolíferas.

"Não seria muito difícil para o presidente dos Estados Unidos, o presidente Obama, passar das palavras às ações. Seja consciente e consciente com suas palavras," disse Chávez.

Além disso, ele aproveitou para reiterar que Washington deve pressionar Israel a permitir o nascimento de um Estado palestino e conseguir a paz com seus vizinhos árabes no Oriente Médio.

"Se Israel em um prazo determinado não cumprir as exigências de cessar as agressões, de devolver os territórios invadidos e ocupados (...) que se faça um embargo a Israel, que os Estados Unidos retirem todo o apoio econômico, militar e político," recomendou.

Em sua viagem, Chávez visitou Líbia, Argélia, Síria e Irã e planeja viajar para a Rússia, Belarus e outros países europeus para estreitar laços que considera estratégicos, muitos deles com países críticos à política norte-americana.

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