Após 10 anos, Tony Blair deixa um legado impopular
A cara de bom moço de Tony Blair não resistiu a cinco guerras e investigações por corrupção. O homem que nos últimos dez anos esteve à frente do governo da Grã-Bretanha deixará o cargo nas próximas semanas com uma impressionante reversão de sua popularidade. Hoje, apenas 27% dos ingleses o apóiam. Em 1997, eram 93%.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou nesta quinta-feira (10) que deixará o poder no dia 27 de junho, em um discurso no clube trabalhista de Trimdon, uma pequena cidade do noroeste da Inglaterra.
"Deixarei o cargo de primeiro-ministro em 27 de junho", disse Blair em Trimdon, onde lançou sua campanha pela liderança trabalhista, em junho de 1994, e o local que escolheu para anunciar sua despedida.
Blair também comandou hoje uma rápida reunião de seu gabinete, na qual comunicou oficialmente a seus ministros sua intenção de renunciar ao posto de líder do Partido Trabalhista, informou um porta-voz da residência oficial de Downing Street.
Como todas as quintas-feiras, Blair se reuniu esta manhã com seus ministros na residência oficial de Downing Street. Mas desta vez o assunto principal foi a sua saída do poder.
Segundo o porta-voz oficial, o ministro da Fazenda, Gordon Brown, fez uma homenagem a Blair, destacando as "conquistas únicas" para o país e a sua "liderança".
"O primeiro-ministro começou a reunião de gabinete reconhecendo que não era um dia normal. Ele confirmou que faria o anúncio da sua saída, e também que comunicaria as suas intenções políticas", acrescentou a fonte.
Em declarações à "BBC", o ministro para a Irlanda do Norte, Peter Hain, disse que a reunião foi marcada pelo senso de humor e espírito de camaradagem.
Em seguida, o primeiro-ministro foi para a base da Real Força Aérea (RAF), em Northolt, nos arredores de Londres, para voar rumo a sua circunscrição eleitoral, Sedgefield, no norte da Inglaterra, onde comunicou publicamente a sua intenção de renunciar à liderança do partido.
Sucessor
Apesar do seu anúncio, Blair continuará como líder dos trabalhistas e chefe de governo até a eleição do seu sucessor.
O chefe de governo terá nas próximas semanas uma agenda cheia. Segundo o jornal "The Times", ele vai à França para cumprimentar o presidente eleito francês, Nicolas Sarkozy, por sua vitória nas eleições de domingo passado.
Gordon Brown é o favorito para a chefia de governo. Ele pode assumir o poder, segundo o calendário provisório da Executiva do partido, no fim de junho ou início de julho.
O atual ministro do Meio Ambiente, David Miliband, que poderia disputar com Brown a chefia do governo, terá, segundo o "Sun", um posto importante no novo gabinete. Ele será ministro de Relações Exteriores ou de Interior.
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