O primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, anunciou nesta segunda-feira planos para dar aos membros de governos locais a autoridade de impor toque de recolher em regiões atingidas pelos distúrbios, para tentar parar quase duas semanas de caos. Ainda nesta segunda-feira, o prefeito de Raincy, uma pequena cidade a leste de Paris, declarou que adotaria a medida.
Villepin descartou a intervenção militar em uma entrevista ao canal TF1 da televisão francesa, mas disse que o gabinete iria se reunir na terça-feira para abrir caminho para que os prefeitos impusessem toques de recolher "onde isso for necessário".
O prefeito de Raincy disse que adotará o toque de recolher durante a noite para menores de 18 anos desacompanhados. Foi a primeira atitude desse tipo desde os tumultos iniciados na periferia de Paris há 11 dias
O sindicato de policiais Action Police pediu que o governo francês decrete toque de recolher nas áreas envolvidas nos conflitos e que o Exército seja chamado a controlar os jovens, entre eles brancos pobres e cidadãos de origem árabe ou africana nascidos na França e que se queixam de racismo.
"Nada parece conseguir deter a guerra civil que se espalha um pouco a cada dia para todo o país", disse o sindicato. "Os eventos por que estamos passando agora são sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial."
Na tarde desta segunda-feira, jovens incendiaram um ônibus e três carros em um subúrbio da cidade de Toulouse, no sudoeste da França, em mais um foco de violência no país. Um porta-voz da polícia disse que cerca de 200 jovens se reuniram nos subúrbios de Toulouse, uma das cidades mais duramente atingidas pela violência que começou em Clichy-sous-Bois, um subúrbio de Paris no dia 27 de outubro.
O líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, disse que há perigo de guerra civil. Michel Pajon, prefeito socialista de Noisy-le-Grand, ao norte de Paris, exigiu a intervenção do Exército nas áreas atingidas pelos distúrbios.
A noite de domingo para segunda-feira foi a pior desde a eclosão da onda de violência. Jovens dispararam contra a polícia e atearam fogo a mais de 1.400 veículos. Um homem que havia sido espancado por um jovem morreu na segunda-feira.
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