A polícia de Amsterdã informou nesta sexta-feira (8) que prendeu 62 pessoas por envolvimento em uma série de ataques antissemitas após uma partida de futebol na capital holandesa.
As autoridades descreveram o ocorrido como "violência sistemática" dos agressores antissemitas contra torcedores israelenses após uma partida da Liga Europa entre Ajax e Maccabi Tel Aviv. Diversos vídeos circularam nas redes sociais mostrando a ação violenta.
Um comunicado conjunto emitido pelo município, pela polícia e promotoria da capital holandesa disse que a noite "foi muito turbulenta, com vários incidentes de violência contra os torcedores do Maccabi", depois que manifestantes antissemitas "procuraram ativamente os torcedores israelenses para atacá-los e agredi-los".
Outro trecho do comunicado diz que “em vários lugares da cidade, apoiadores foram atacados. A polícia teve que intervir, proteger os torcedores israelenses e escoltá-los para hotéis. Apesar da presença policial massiva na cidade, apoiadores israelenses foram feridos. Essa explosão de violência é inaceitável e não pode ser defendida de forma alguma. Não há desculpa para o comportamento antissemita exibido”.
Antes da partida, a prefeitura de Amsterdã havia autorizado uma manifestação pró-Palestina a poucos quilômetros do estádio, mas as autoridades proibiram o evento posteriormente, temendo que ocorressem confrontos entre manifestantes e torcedores do clube de futebol israelense. Pelo menos um policial ficou ferido após os manifestantes dispararem fogos de artifício contra as autoridades.
A emissora holandesa NOS também relatou que uma bandeira palestina foi retirada de um prédio no centro da cidade, antes da partida, e a polícia de choque bloqueou torcedores pró-palestinos que tentavam marchar em direção ao estádio Johan Cruyff Arena, onde a partida estava sendo disputada.
A polícia também iniciou uma investigação após receber relatos de possíveis tomadas de reféns e desaparecimentos, mas ainda não conseguiu confirmar se isso aconteceu. Várias pessoas desaparecidas já foram encontradas, informaram as autoridades.
“Até agora, sabe-se que cinco pessoas foram levadas a hospitais e que 62 foram detidas”, disse a polícia de Amesterdã no X.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, estava a caminho de Amsterdã nesta sexta-feira para uma “visita diplomática de urgência”.
“À luz dos graves acontecimentos, o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, partirá em breve para uma visita diplomática urgente à Holanda”, disse o ministério em comunicado.
O governo de Israel enviou dois aviões à capital holandesa para trazer seus cidadãos de volta.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também se manifestou sobre os ataques antissemitas, afirmando que "as imagens duras do ataque aos nossos cidadãos em Amsterdã não serão ignoradas" e que Netanyahu "vê o incidente horrível com a maior gravidade possível".
O premiê israelense exigiu que o governo holandês tome "ações vigorosas e rápidas" contra os envolvidos.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, também deu declarações no X dizendo que recebeu os relatos de violência “com horror”.
“Ataques antissemitas completamente inaceitáveis contra israelenses. Estou em contato próximo com todos os envolvidos”, ele afirmou, acrescentando que havia falado com Netanyahu e “enfatizado que os perpetradores serão rastreados e processados".
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