
A torre do Big Ben vem se inclinando cada vez mais, de forma semelhante à de Pisa, mas numa escala muito menor, pelo que uma comissão parlamentar britânica decidiu nesta segunda-feira (23) encarregar-se, sem pressa, de um fenômeno atualmente visível a olho nu.
Segundo uma investigação oficial, com conclusões publicadas em 2010, a inclinação do Big Ben foi acentuada em agosto de 2003 por motivos desconhecidos, e aumenta anualmente 0,9 mm.
Um porta-voz da Câmara dos Comuns relativizou o risco e a urgência do assunto, ao informar à AFP que os deputados vão "estudar se convém pedir às autoridades que comecem a pensar em formas eventuais de renovar Westminster".
O palácio, que possui algumas partes remontando ao século XI, abriga as duas câmaras do parlamento britânico e a torre do relógio de 96 metros de altura concluída em 1859, conhecida como a do Big Ben, mas que na realidade é o nome do maior de seus sinos, de 13 toneladas de peso.
"É o começo de um processo muito, muito longo", uma vez que o exame preliminar pode durar entre 15 e 20 anos, precisou o porta-voz.
"Não há nenhum perigo imediato", comentou para a BBC John Burland, especialista do Imperial College de Londres.
Ao ritmo atual, "serão necessários 10.000 anos para se chegar ao ângulo da Torre de Pisa", acrescentou.
Segundo ele, a inclinação da torre e as rachaduras constatadas no palácio de Westminster remontam provavelmente a muitos anos, não estando diretamente ligadas às construções de um estacionamento subterrâneo de cinco andares e a uma nova linha do metrô, no final do século XX.
Opções
Os deputados encarregados da gestão patrimonial do palácio de Westminster devem examinar todas as opções, incluídas as mais radicais como a demolição, o aluguel ou a venda.
Estas últimas possibilidades "seguramente não fazem parte da reflexão oficial", comentou um porta-voz da comissão.
Segundo o jornal Daily Telegraph, a medida de recompra interessaria a "promotores estrangeiros", que poderiam ser russos ou chineses.