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Direitos humanos

Torturada, ela “confessou” ter matado o marido. Agora, foi executada no Irã

Zeinab Sekaanvand, de 24 anos, era menor quando foi detida | Anistia Internacional/AFP
Zeinab Sekaanvand, de 24 anos, era menor quando foi detida (Foto: Anistia Internacional/AFP)

Uma mulher, vítima de estupro condenada no Irã por matar o marido quando tinha 17 anos, foi executada na terça-feira, segundo a ONG de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional. Segundo o Comitê de Mulheres do Conselho Nacional de Resistência do Irã, ela foi enforcada na Prisão Central de Urumieh (no noroeste do país). O comitê afirma que ela é a 84ª executada sob a presidência de Hassan Rouhani, que chegou ao poder em 2013. 

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O órgão aponta que a jovem foi condenada à morte em 2014, depois de ser declarada culpada de assassinar o marido, com quem se casou quando tinha 15 anos. Ele a agredia física e verbalmente. 

"Zeinab Sekaanvand, de 24 anos, era menor quando foi detida e condenada por causa de um julgamento injusto. Ela afirmava ter sido torturada durante sua prisão pelos policiais para que confessasse o crime", afirma a ONG. 

A execução de Zeinab Sekaanvand é uma demonstração repugnante da falta de preocupação em relação à justiça juvenil e às leis internacionais sobre direitos humanos. Sua execução é profundamente injusta e mostra o desprezo das autoridades iranianas pelo direito das crianças e jovens à vida. O fato de que a sentença de morte tenha sido a sequência de um julgamento injusto faz com que sua execução seja ainda mais escandalosa.

A organização enfatiza em um comunicado que Zeinab Sekaanvand confessou o assassinato sob "coerção" antes de se retratar e acusar seu cunhado pelo crime e de também repetidamente tê-la estuprado. No entanto, assinala a Anistia, esta retratação da confissão jamais foi levada em conta durante o julgamento. 

Segundo a Anistia Internacional, esta é a quinta execução no Irã desde o início do ano de uma pessoa que era menor de idade no momento dos acontecimentos.

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