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O porta-voz das Relações Exteriores do Partido Trabalhista britânico, David Lammy, respondeu nesta segunda-feira (1º) com um sonoro “não” à pergunta se um governo liderado por seu partido estaria disposto a negociar com o presidente da Argentina, o libertário Javier Milei, sobre a soberania das Ilhas Malvinas.
Em uma reunião com a imprensa estrangeira em Londres, Lammy, que presumivelmente será o próximo chefe da diplomacia britânica, abordou a política externa do Partido Trabalhista para o caso de seu partido vencer as eleições gerais britânicas na quinta-feira (4), como preveem todas as pesquisas.
Apesar da recusa em falar sobre a soberania das ilhas, que a Argentina reivindica desde 1833, o porta-voz do Partido Trabalhista disse que deseja um “diálogo” com o país sul-americano sobre assuntos de interesse bilateral.
Lammy, cujos pais são de origem guianense, enfatizou o interesse de um governo eventualmente liderado por Keir Starmer em promover maiores laços com os países do Caribe e da América do Sul.
O porta-voz não entrou em detalhes sobre o que pensa a respeito das relações com os países latino-americanos ou sobre a disputa pelas Malvinas, mas enfatizou que a política externa do Partido Trabalhista será “consistente”, ao contrário, segundo ele, das contínuas mudanças de primeiros-ministros e ministros nos últimos governos conservadores.
Depois de assumir o cargo em dezembro do ano passado, o presidente argentino enfatizou seu desejo de pressionar por um melhor relacionamento com o Reino Unido e tentar resolver a questão da soberania das Malvinas como a ex-primeira-ministra conservadora britânica Margaret Thatcher fez com a ex-colônia de Hong Kong.
Após intensas negociações, Thatcher concordou em devolver Hong Kong à China em julho de 1997.
A reivindicação de soberania sobre as ilhas do Atlântico Sul sempre foi uma questão pendente para a Argentina.
Reino Unido e Argentina travaram uma guerra pela soberania das Malvinas em 1982, depois que a junta militar argentina as ocupou em 2 de abril daquele ano, mas a guerra terminou dois meses depois com a vitória britânica.