Daniel Rendón Herrera, o “Don Mario” do narcotráfico colombiano, quando foi preso em Bogotá em 2009.| Foto: EFE / Rafa Salafranca
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O colombiano Daniel Rendón Herrera, conhecido como "Don Mario", ex-chefe do Clan del Golfo e um dos mais poderosos narcotraficantes de seu país, foi condenado a 35 anos de prisão por uma juíza de Nova York, onde foi realizado seu julgamento.

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Rendón Herrera, de 56 anos, se declarou culpado em novembro de 2021 por comandar uma atividade criminosa continuada e por conspirar para apoiar uma organização terrorista estrangeira, e admitiu ter traficado pelo menos 73.645 quilos de cocaína.

O traficante de drogas poderia ter sido condenado a uma pena mínima de 20 anos e a uma máxima de prisão perpétua.

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O procurador federal Breon Peace disse em comunicado que a condenação de hoje marca o fim da carreira criminosa de Rendón Herrera, "que era o narcoterrorista mais temido da Colômbia".

Peace também destacou que o condenado foi responsável pela importação de toneladas de cocaína, "alimentando a violência e perpetuando o abuso de drogas" que deixou "um rastro de destruição da Colômbia aos Estados Unidos, manchado com o sangue de narcotraficantes rivais e civis que foram torturados e assassinados" pelas AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia).

"Devemos pensar em todas aquelas pessoas que nunca verão seus entes queridos, que foram assassinados de maneiras terríveis", declarou a juíza Dora Irizarry ao impor a sentença a Rendón Herrera, que era líder das AUC, que o governo americano declarou como grupo terrorista em setembro de 2001.

O colombiano também respondia a acusações no tribunal federal do Distrito Sul, em Manhattan, relacionadas ao seu vínculo com as AUC, mas estas foram transferidas para o tribunal do Brooklyn para a confissão.

A procuradoria sustenta que Rendón Herrera atuou como líder das AUC desde o final dos anos 1990 e foi o fundador e líder da Organização do Narcotráfico Los Urabeños (também conhecido como Clan Úsuga e Clan del Golfo).

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De acordo com o governo dos Estados Unidos, as AUC, para apoiar seus objetivos políticos e terroristas, criaram "impostos" sobre a cocaína traficada através das áreas que controlavam, e Don Mario empregava pistoleiros que realizavam roubos, assassinatos e sequestros para manter a disciplina e controlar e expandir seu território.

Em 2009, quando Rendón Herrera foi capturado pela Polícia Nacional da Colômbia, o traficante comandava 16 "blocos" ou territórios na Colômbia e milhares de paramilitares armados, segundo a acusação da procuradoria.

Rendón Herrera também enfrenta sentenças em seu país por condenações relacionadas a vários homicídios, tráfico de armas e drogas, que permanecerão pendentes até que seja libertado da prisão nos EUA.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]