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Imigrante afegão com a filha ao chegar à lha grega de Kos. | YANNIS BEHRAKIS/REUTERS
Imigrante afegão com a filha ao chegar à lha grega de Kos.| Foto: YANNIS BEHRAKIS/REUTERS

Para se livrar do risco de serem interceptados e presos no Mediterrâneo, traficantes de imigrantes estão jogando mulheres grávidas e crianças no mar para que elas sejam resgatadas por navios mercantes que seguem para a Europa. A denúncia foi feita pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), com base em documento da Câmara Internacional de Navegação, que diz ter conhecimento de casos de barcos líbios abandonando pessoas antes de chegarem à Sicília.

França e Alemanha têm ressalvas sobre plano para imigrantes

França e a Alemanha apresentaram ontem ressalvas a respeito do plano da União Europeia para distribuir entre os países do bloco cerca de 40 mil imigrantes que chegaram ao continente atravessando o Mediterrâneo.

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“Os traficantes parecem estar bem cientes de que os navios mercantes serão achados pelas guardas costeiras, que terão suprimentos e garantirão a chegada à Europa”, diz o relatório. “De certa forma, a indústria marítima está sendo aproveitada por traficantes. Em alguns dos casos mais trágicos, quando os navios mercantes chegam aos abandonados, encontram apenas alguns sobreviventes em meio aos cadáveres.”

Diretor marítimo da Câmara Internacional de Navegação, John Murray advertiu que a situação está criando um problema sem precedentes para os marinheiros. “Eles não são especializados em traumas ou algo do tipo. Quando 20 pessoas sem especialização são necessárias para navegar um navio com segurança, ainda acabam confrontadas por um grupo de imigrantes que podem estar muito agitados ou doentes”, disse.

Segundo o relatório, o naufrágio recente que matou cerca de 850 pessoas e provocou uma rápida reação internacional pode ter sido originado pelo desespero dos imigrantes para tentar se salvar em um navio de contêineres português — o barco teria virado quando os refugiados correram para pedir ajuda.

Pelo menos 36 mil imigrantes chegaram à Itália desde janeiro. A Organização Internacional para as Migrações estima que mais de 1,8 mil podem ter morrido em travessias nos cinco primeiros meses do ano.

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