Embora haja pouca informação sobre a sua incidência na região amazônica, sabe-se que o tráfico de pessoas nas fronteiras brasileiras faz parte de um negócio bilionário operado por traficantes e sindicatos do crime organizado.
Estudo de 2003 da Organização Internacional das Migrações (OIM), com sede em Genebra (Suíça), revela que em escala mundial há entre 15 e 30 milhões de migrantes irregulares. Com base nesses números, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos estima que por ano 700 mil mulheres e crianças são vítimas de tráfico pelas fronteiras. Não há um só país, segundo a OIM, que não esteja de alguma forma envolvido no negócio, seja de origem, trânsito ou destino.
Na avaliação da OIM, que trata do assunto desde 1951, a migração irregular e o tráfico de pessoas continuam sendo crimes dos quais pouco se sabe por causa do seu caráter clandestino. "O tráfico expõe o migrante à exploração e à violação de seus direitos humanos fundamentais", observa o relatório. Em geral, a vítima depende do traficante e por isso se torna muito vulnerável.
Presa a uma dívida com o agenciador, com freqüência se vê explorada em algum trabalho ou obrigada a se prostituir, geralmente sob controle de redes criminosas. Outra forma de exploração se dá com o trabalho forçado, escravidão ou ainda a retirada de órgãos do corpo humano.
Preservação de identidade
Os nomes de crianças e adolescentes citados nesta reportagem são fictícios.
Para evitar danos psicológicos mais graves, os repórteres evitaram falar diretamente com as jovens vítimas de violência.
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