Nova Iorque (AFP) – O mundo deve reforçar suas linhas de defesa para poder reagir rapidamente às catástrofes naturais como o tsunami no Oceano Índico, estimou o coordenador dos serviços de emergência da ONU, Jan Egeland. "O tsunami começou da maneira mais espetacular, com o pior da natureza e o melhor da humanidade", declarou o alto funcionário norueguês, lembrando a resposta generosa da comunidade mundial às ondas mortais . "2005 foi um ano no qual a comunidade humanitária, confrontada a um desafio sem precedentes, reagiu de forma inédita", acrescentou. Muitas lições foram aprendidas, entre elas "a necessidade de edificar uma primeira linha de defesa para enfrentar catástrofes, tanto em termos de preparação quanto de prevenção" e, sobretudo, nos países em desenvolvimento.

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Os sobreviventes foram salvos por pessoas que estavam no local no momento da tragédia, explicou o responsável da ONU. Mas, segundo ele, precisamos de dispositivos que permitam utilizar a população local no salvamento. "Faltam água e banheiros e temos problemas de gestão e de coordenação", explicou. "Como vocês fazem para equipar em poucas semanas 10 ou 50 cidades com sistemas de segurança, abrigos, água e alimentação? É uma operação extremamente complexa".

Egeland, de 48 anos, que também é secretário-geral adjunto da ONU para assuntos humanitários, precisou que esses serviços de emergência dispõem atualmente de funcionários stand-by em todos continentes, mas devem fazer mais para recrutar e formar seus empregados. A ONU quer que 10% da ajuda humanitária seja investida em medidas preventivas, sobretudo no mundo em desenvolvimento.

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Uma outra lição do tsunami é a importância de uma boa coordenação entre as agências da ONU, a Cruz Vermelha e o exército. "A rapidez com a qual a população recebeu alimentos, água, cuidados médicos e abrigos de emergência foi impressionante", disse Egeland. "Houve uma excelente cooperação entre civis e militares, sem dúvida a melhor registrada até hoje". "Fizemos menos progresso do que esperávamos na questão dos abrigos permanentes e da reconstrução", acrescentou. "Havia tanto dinheiro disponível para o socorro que pensávamos que os sobreviventes não passariam o primeiro aniversário da tragédia em barracas".

Segundo o secretário-geral para assuntos humanitários, o ano de 2005 termina com um balanço positivo, graças à criação de um fundo de emergência de 500 milhões de dólares para dar às agências humanitárias os meios de intervir imediatamente após a ocorrência de uma catástrofe.