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WASHINGTON - Especialistas médicos receberam a notícia do primeiro transplante facial com um misto de empolgação e receio, informou nesta quinta-feira a CNN. Na quarta-feira, um comunicado em conjunto dos hospitais de Lyon e Amiens, na França, divulgou que uma francesa de 38 anos foi submetida à pioneira operação para ganhar novos lábios, nariz e queixo, que ela havia perdido devido ao ataque de um cachorro.

Apesar de os médicos garantirem que a mulher, cuja identidade será mantida em segredo, passa muito bem, o cirurgião facial Iain Hutchison, diretor-executivo da Fundação de Pesquisa sobre Cirurgia Facial dos Estados Unidos, disse que a operação levanta várias questões morais e éticas. "Foi uma operação para melhorar a qualidade de vida, mais do que para salvar uma vida e tem muitas implicações para a recipiente e para a família doadora", afirmou ele em uma entrevista.

"O recipiente escolheu passar pelo risco de a operação falhar, caso os vasos sangüíneos sofressem um bloqueio. Há um risco a médio prazo de que as drogas imunosupressoras não consigam controlar a rejeição do tecido do doador e, a longo prazo, das drogas provocarem um câncer. Ele pode voltar a ficar sem face, tendo de ser submetida a novas operações de reconstrução", alertou o especialista.Os médicos estão preocupados com os possíveis efeitos colaterais das drogas imunosupressoras, que os pacientes são obrigados a tomar pelo resto da vida. Segundo eles, é difícil saber se os benefícios dessa medida são compensatórios.

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