Israel e o Hamas diminuíram suas diferenças sobre um acordo para um cessar-fogo de longo prazo na Faixa de Gaza e uma nova trégua pode começar em dias, disseram autoridades do Hamas nesta segunda-feira (9).
As negociações mediadas pelo Egito no Cairo se intensificaram nas vésperas das eleições israelenses, nesta terça-feira.
Osama al-Muzaini, líder do primeiro escalão do Hamas, disse à Reuters que um cessar-fogo de 18 meses poderia ser anunciado em "alguns dias", embora ele não tenha dado detalhes de como seria implementado.
Mais cedo em Paris, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse que o acordo poderia ser iniciado na próxima semana.
Autoridades ocidentais e palestinas disseram que as diferenças entre Israel e o Hamas diminuíram em várias questões, incluindo a criação de uma zona neutra de 300 metros na fronteira de Gaza com Israel. Militantes seriam impedidos de acessar esta área.
Assessores do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, de saída do cargo, se recusaram a comentar.
O Egito propôs um processo em várias etapas, a ser iniciado com a declaração de um cessar-fogo de longo prazo, seguido de uma troca de prisioneiros, abertura dos postos de fronteira de Gaza e conversas de reconciliação entre facções palestinas rivais.
Se finalizado, o acordo substituirá um frágil cessar-fogo anunciado em 18 de janeiro que encerrou a ofensiva israelense de 22 dias na Faixa de Gaza, controlada pelo grupo militante islâmico Hamas, em que mais de 1.300 palestinos foram mortos. Catorze israelenses morreram desde 27 de dezembro, quando o conflito começou.
Autoridades israelenses e palestinas mostraram sinais diferentes sobre a troca de prisioneiros, negociação que pode se intensificar após o cessar-fogo proposto ser implantado.
O Hamas tem exigido que Israel liberte 1.400 prisioneiros palestinos em troca do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por militantes em Gaza em 2006. Diplomatas disseram que Israel poderia libertar cerca de 1.000 detentos.
Neste novo acordo, Israel abriria as fronteiras com a Faixa de Gaza, mas ainda é incerto quando e sob quais condições. O Egito também reabriria seu posto de fronteira de Rafah, sob supervisão de monitores internacionais e guardas de fronteira que responderiam ao presidente da Autoridade Nacional Palestina Mahmoud Abbas, apoiado por governos ocidentais e rival do Hamas.