Facções palestinas rivais começaram na terça-feira a trocar prisioneiros, sob um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor horas antes e que reduziu em grande parte os confrontos que haviam matado pelo menos 30 pessoas, segundo as autoridades.
Essa foi a pior onda de violência interna na Faixa de Gaza desde a vitória eleitoral do Hamas, há um ano, que desencadeou o atual embargo ocidental à Autoridade Palestina.
Ao todo, 20 reféns do Hamas e 18 da Fatah foram soltos, segundo Samih Al Madhoun, dirigente das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, braço armado da facção Fatah, do presidente Mahmoud Abbas. ``A libertação dos reféns começou'', afirmou.
A trégua definida na noite de segunda-feira encerra cinco dias de combates, e parece estar sendo respeitada, apesar de um comandante do Hamas ter sido assassinado na terça-feira em Gaza.
O cessar-fogo entrou em vigor depois que o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, se reuniu com um assessor de Abbas.
A violência impede a formação de um governo de unidade entre o Hamas e a Fatah, e levou algumas famílias a fugirem das suas casas na Faixa de Gaza.
Com a trégua, lojas e escolas começaram a reabrir depois de cinco dias fechadas, e o trânsito novamente entupiu as estreitas ruas de Gaza.
Militantes de ambas as facções retiraram os postos de controle que haviam montado durante os confrontos, mas alguns combatentes da Fatah continuavam visíveis na Cidade de Gaza.
``Estamos muito felizes, e esperamos que desta vez o cessar-fogo dure'', disse o comerciante Yahya Zaki.
Tréguas anteriores, como a do mês passado, revelaram-se efêmeras.
O novo cessar-fogo chegou a ser ameaçado por causa da morte de Hussein Shabasi, líder do Hamas, que segundo o grupo foi assassinado pelo Serviço de Segurança Preventiva.
Fontes hospitalares disseram que Shabasi foi baleado na cabeça na cidade de Khan Younis. O Serviço de Segurança Preventiva negou qualquer relação com o crime, e a negociação em torno da trégua foi mantida.