O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrou otimismo sobre um eventual acordo com a China, qualificando a possibilidade como “incrível”. “Se ele acontecer, será um dos maiores acordos já realizados”, comentou, falando a bordo do avião Air Force One, após se reunir com o presidente da China, Xi Jinping. A reunião entre os dois chefes de estado aconteceu em Buenos Aires, na Argentina, onde aconteceu a cúpula do G20, durante o fim de semana. No evento também foram definidos o encerramento do Nafta e novos acordos comerciais entre China e Argentina.
Segundo Trump, um acordo entre os dois países teria um “impacto incrivelmente positivo” nos setores de agricultura, produtos industriais e computadores, “todo tipo de produto”. “E o que eu estaria fazendo é segurar as tarifas. A China estará se abrindo”, explicou sobre sua estratégia. Nas declarações a jornalistas, o presidente americano voltou a reclamar do comportamento da China, que tem “grandes tarifas comerciais” e também não tarifárias. “A China se livrará de muitas delas. E a China estará comprando grandes quantidades de nossos produtos, incluindo agrícolas de nossos fazendeiros - uma quantidade tremenda de produtos agrícolas e outros.”
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Trump também comentou que deseja que a China aprove o acordo da americana Qualcomm com a holandesa NXP Semiconductors. Para o presidente americano, o aval de Pequim para esse negócio seria um passo importante.
A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos e da China foi um dos momentos mais aguardados da cúpula que reuniu as 20 maiores economias do mundo impõe uma trégua ao conflito econômico que vinha se agravando. Na avaliação da Casa Branca, a reunião foi muito bem-sucedida.
Fim do Nafta
Após o G20, Trump informou também que irá notificar formalmente o Congresso americano sobre a rescisão do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) em um “futuro próximo”.
Seu encerramento, sugeriu Trump, deve deixar o Congresso com duas opções: escolher entre a versão revisada do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), assinada com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, durante o G-20, ou o retorno de práticas comerciais vigentes antes da aprovação do Nafta, em 1993.
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Na avaliação de Trump, a expectativa é de poucos obstáculos à aprovação do novo acordo nos EUA, que ainda aguarda a aprovação legislativa de Ottawa e da Cidade do México, mas congressistas norte-americanos em ambos os lados, incluindo a senadora Elizabeth Warren, democrata de Massachusetts, expressaram reservas.
Recentemente, a senadora declarou que o novo regime de comércio “não vai impedir a terceirização, não vai aumentar os salários e não vai criar empregos. É o Nafta 2.0”. Trump prefere chamar o pacto de Acordo EUA-México-Canadá.
Acordos da anfitriã
A China e a Argentina, anfitriã do G20, fecharam novos acordos comerciais que reforçaram seus laços políticos e econômicos. O presidente argentino, Mauricio Macri, e o chinês, Xi Jinping, anunciaram mais de 30 acordos de investimento e agrícolas neste domingo.
A China está entre os principais mercados exportadoras da Argentina, sobretudo para itens agrícolas, que são o motor de sua economia. Macri disse que “quanto mais a China se desenvolva, quanto melhor vá a China, melhor irá a Argentina, a região e o mundo”.