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O jurado do programa “Ídolos”   do Workchopp, evento promovido pelo Clube de Criação do Paraná | Divulgação/CCP
O jurado do programa “Ídolos” do Workchopp, evento promovido pelo Clube de Criação do Paraná| Foto: Divulgação/CCP

Menos de 24 horas depois da Ilha de Sumatra, na Indonésia, ter sido atingida por um terremoto de 8,4 graus na escala Richter, três outros fortes tremores fizeram com que o governo indonésio emitisse novos alertas de tsunamis. Moradores de países banhados pelo Oceano Ìndico também foram avisados sobre a possibilidade de ondas gigantes. A maior parte dos alertas foi suspensa, mas o aviso permanece válido para a Indonésia. A série de tremores deixou um saldo de pelo menos nove mortos e mais de 100 feridos, e derrubou prédios, causou incêndios e espalhou o pânico entre a população. Entre os abalos mais fortes houve cerca de seis tremores com magnitude de 5 graus ou mais.

- Sete pessoas morreram na cidade de Bengkulu, duas na localidade de Padang, e mais de cem ficaram feridas - informou Ada Malik, do Centro de Gestão de Crise da Junta Nacional de Coordenação de Gestão de Desastres (Bakornas), em Jacarta.

Um terremoto de magnitude de 7,8 graus aconteceu por volta de 6h45m (20h45m de quarta-feira no horário de Brasília), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês). O epicentro foi localizado a cerca de 185 quilômetros a sul-sudeste da cidade Padang e a cerca de 210 quilômetros a noroeste de Bengkulu. Cerca de quatro horas depois um terremoto de 7,1 graus sacudiu a região.

A agência meteorológica da Indonésia registrou o quarto forte terremoto às 17h48m, no sudeste da ilha de Sulawesi, uma área distante da série de tremores que abalaram o sul da ilha de Sumatra. Segundo a agência, o tremor foi de magnitude 6,4 e ocorreu a uma profundidade de 30 km. O serviço geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) avaliou a intensidade em 6,6.

Segundo o USGS, o terremoto de 8,4 graus foi o mais forte registrado este ano. O tremor deixou ao menos nove mortos e cem feridos, e gerou uma pequena tsunami de cerca de 61 centímetros de altura ao longo da costa da Sumatra.

O centro meteorológico da Indonésia disse que a pequena tsunami não era uma preocupação. Um alerta de tsunami após o terremoto inicial continua em vigor para 24 países do Oceano Índico, incluindo Austrália, Índia, Sri Lanka, Malásia, Paquistão, Irã, Iêmen e Quênia.

O primeiro terremoto causou o corte das comunicações com a região afetada e a queda do serviço de eletricidade. O governador de Padang, Fawzi Bahar, disse que em sua cidade, de cerca de 800 mil habitantes, muitos prédios desabaram e outros se incendiaram. Muitas pessoas passaram a noite ao relento e em lugares elevados, temendo serem tragadas por ondas gigantes.

Padang e Bengkulu são cidades portuárias. Na memória dos indonésios continua presente o tsunami de 26 de dezembro de 2004, que matou 170 mil pessoas no norte de Sumatra e mais de 280 mil pessoas em todo o mundo.

Fontes do Hospital Yunos, de Bengkulu, informam que os vidros das janelas se partiram e que o edifício apresenta visíveis danos na estrutura. A rede de televisão SCTV mostrou imagens de ambulatórios com dezenas de feridos deitados nas ruas, sendo atendidos pelos médicos.

Por volta de meio-dia (2h no horário de Brasília), o aeroporto funcionava normalmente e as ruas pareciam tranqüilas. A eletricidade voltou à maior parte da cidade e os telefones celulares voltaram a ter cobertura. As lojas abriram suas portas e chamaram a atenção as longas filas nos postos de gasolina.

Equipes de resgate começaram a chegar nesta quinta-feira à região. Deverão pousar em Bengkulu dois aviões Hércules C-130 da Força Aérea da Indonésia, com ajuda humanitária. O presidente Susilo Bambang Yudhoyono ordenou na noite de quarta-feira que o Exército colabore com as autoridades locais na busca de vítimas e na ajuda aos necessitados.

Tremores deixam moradores em pânico

Os tremores posteriores ao terremoto mais forte trouxeram novamente o pânico aos moradores em Padang, capital de Sumatra Ocidental. A cidade foi jogada no caos e muitos a abandonaram após o primeiro terremoto.

- Minha família e meus vizinhos estão fugindo para lugares mais altos. Todos do lugar onde moro decidiram fugir - disse Eri Kamra, de 35 anos, morador de Padang.

- Vi prédios desabarem e uma pessoa perdeu a consciência após o terremoto da manhã - disse ele.

Yuli Bersi, uma dona-de-casa de 42 anos, disse que também fugiu com seus três filhos para um local mais alto após os mais recentes tremores.

- Estamos realmente assustados. Essa é a única maneira de sobrevivermos - disse.

Uma testemunha disse que um showroom de carros de quatro andares desabou, deixando vários funcionários presos nos escombros.

Autoridades também estavam preocupadas com a situação em Bengkulu, uma cidade litoral com cerca de 300 mil habitantes, a mais próxima ao epicentro do forte terremoto da noite anterior.

- A zona de Bengkulu do Norte foi identificada como a mais atingida, com metade da área destruída. Muitos hospitais, casas, prédios do governo e clínicas foram destrúidos - disse Rustam Pakaya, diretor do centro de crises do Ministério da Saúde em Jacarta.

Muitas pessoas resolveram passar a noite de quarta-feira em áreas abertas no lugar de voltar para suas casas, disse um funcionário da Cruz Vermelha em Bengkulu, uma área montanhosa visitada por poucos turistas estrangeiros.

A Indonésia sofre freqüentes terremotos, por estar localizada sobre um cinturão sísmico ativo que faz parte do chamado Anel de Fogo do Pacífico.

Um grande terremoto de magnitude superior a 9 graus sacudiu a mesma área em 26 de dezembro de 2004, provocando uma enorme tsunami e mais de 230 mil mortes em países de toda a região.

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