A China voltará a pôr em circulação 54 trens-bala retirados de serviço para revisão depois que um grave acidente no leste do país causou indignação pública por conta da falha nos equipamentos, disse a mídia estatal nesta quinta-feira.
Segundo a agência estatal de notícias Xinhua, os trens levados para manutenção, usados na linha de alta velocidade entre Pequim e Xangai, foram submetidos a "modificações e testes rigorosos".
Os trens foram retirados de circulação pela segunda maior fabricante do país, a China CNR Corp Ltd, em agosto, três semanas depois que 40 pessoas morreram em um acidente na província de Zhejiang.
O acidente provocou indignação entre a população, uma ampla cobertura da mídia e o congelamento da aprovação de novos projetos ferroviários. Além disso, também levantou questões de segurança para a rede ferroviária da China, que está em rápido crescimento, e ameaçou prejudicar os planos de exportar a tecnologia de trens de alta velocidade.
Análise inicial dos trens indicou que quase 70% do problema estava relacionado a peças e 30 por cento, aos "erros cometidos pela equipe de serviço diante das dificuldades", disse a Xinhua.
Alguns trens revisados já estão circulando desde novembro, e todos estarão operando até 12 de dezembro, disse a agência.
Desde o acidente, a China introduziu restrições de velocidade nas linhas dos trens-bala e reduziu o número de trens de alta velocidade entre Pequim e Xangai.
A linha Pequim-Xangai, inaugurada em julho para comemorar o aniversário de 90 anos do Partido Comunista, foi apresentada pelas autoridades do setor como um orgulho da China e um símbolo do progresso tecnológico do país.
Especialistas disseram que a chamada para revisão indicava que os líderes estavam repensando o ritmo de crescimento. Um inquérito oficial deve divulgar suas descobertas, mas isso deve acontecer apenas em setembro do próximo ano.